Sejam Bem-Vindos!!!!

Sejam bem-vindos ao meu blog!!! Ele deverá ser um espaço de discussões e de crescimento em relação a um tema tão discutido nas rodas de conversas dos jovens . Mas, por que será que estas questões de sexualidade ainda são tabus em grande parte das famílias brasileiras?
A questão acima é provocadora. Espero que todos vocês contribuam para conversas e discussões sobre o tema participando deste projeto juntamente comigo.

Quem sou eu

Minha foto
Sou Silvaneide Mendonça dos Santos.Graduada em Serviço Social e Letras pela Universidade Federal de Alagoas e Pós graduada em Novas Tecnologias em Educação pela PUC-RIO. Professora há 5 anos na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro. Leciono as disciplinas: Língua Portuguesa, Inglês e Literatura com turmas do ensino médio.Atualmente,sou coordenadora pedagógica desta escola estadual. A sede de aprender é sempre constante em minha vida. Este blog é mais um aprendizado e que gostaria de compartilhar com todos vocês.

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terça-feira, 30 de novembro de 2010

LIMITES X LIBERDADE

A turma do 1º ano "B" abriu uma discussão bastante ampla em relação a este tema. Até que ponto, todos nós estamos preparados para lidar com os limites impostos pela sociedade ou pais e/ou com a liberdade de forma mais ampla? Pensar e refletir sobre este tema é importante na medida em que, na fase da adolescência, as imposições dos pais e a sede pela liberdade para fazer o que quer é o sonho de qualquer jovem. Mas, será que essa tal liberdade é realmente positiva? Vamos escrever sobre o tema!!! A sua opinião é importante para ampliação do tema.
Um forte abraço
Silvaneide

Tema para discussão: Internet- instrumento positivo ou negativo?

A aluna Jaciane da turma do 2º ano "B", da Escola Estadual Rosalvo Ribeiro, escreveu sobre o assunto.Para ela, a internet é um instrumento positivo, porque é através dela, que podemos nos comunicar com os amigos.
É através da internet, segundo ela, que pesquisamos nossos trabalhos de escola, procuramos anúncios de vagas de trabalho.
Para ela, a internet só vira um instrumento negativo, se usado de modo errado, como, por exemplo, quando algumas pessoas de mal gosto e desocupados colocam absurdos, vídeos maldosos, quando se passa por amigos, quando, na verdade, não passam de enganadores que querem aliciar menores e etc..
Resumindo, a internet é um instrumento positivo e depende de quem vai usar e o que vai fazer, depende muito de caráter de cada pessoa, se vai usar para trabalho ou para maldade.

Tatuagem, drede ou piercing... estilo ou maneira de chamar atenção?

Houve uma discussão bastante produtiva em relação ao tema na turma do 1º ano "A".Várias foram as opiniões a respeito. E você, o que pensa sobre o questionamento acima? Opinem!!! Sua opinião é importante para acrescentar em nossas opiniões!!!
Um forte abraço a todos!!!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Trabalho Coletiva sobre o tema Ficar é...

"Para a turma do primeiro ano "B" ficar é uma relação sem compromisso, onde os jovens procuram apenas diversão sem responsabilidade para com o parceiro(a). Ficar é curtir a vida, conhecer novas pessoas sem tr que se prender a elas, é sentir atração e provar de vários sabores. Apesar de ser motivo de curtição através de um 'fica' pode surgir um grande amor. Mas, na maioria das vezes não é exatamente um amor que os jovens de hoje estão procurando. Eles acham que estão novos para se amarrar. E apesar do ficar e não se 'amarrar' estar mais relacionado ao sexo masculino, as meninas de hoje, também, não querem mais um relacionamento sério. O conceito de que é ficar é tratar as pessoas como um objeto descartável que depois de utilizado pode ser jogado fora ainda existe na cabeça de alguns jovens.O ficar de hoje não estar apenas relacionado ao beijo na boca, mas também, ao sexo, uma coisa boa mas pode ser muito perigosa com a falta de responsabilidade e de prevenção.
1º ANO "B"

domingo, 7 de novembro de 2010

O TEMA DA HORA: AMIZADE - COMO AS PESSOAS SE VÊEM COMO AMIGO

A turma do 1º ano "A" escolheu, na nossa mais nova oficina, trabalhar com o tema amizade. Embora todos nós sabemos muito bem o que é, poucos desfrutam de uma boa amizade e que contribua de forma direta ou indireta na sua vida emocionamente.
Por isso, a turma decidiu discutir em sala sobre o assunto e nós propomos discussões e apresentações de paródias sobre o tema.Vamos contribuir, você também, com a ideia, trazendo sua opinião ou contribuindo com algum pensamento ou letra de música,poesia ou o que você achar interessante colocar. Sua participação é importante!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

PARA VOCÊ, FICAR É...

Semana que vem estaremos discutindo sobre esta temática com todas as turmas do 1º ano. Mas, antes de trabalharmos em sala gostaria de saber de vocês o que acha sobre o assunto. Escreva apenas uma frase para definir.
Agradeço a colaboração, pois ajudará na atividade da próxima semana.
Um forte abraço a todos!!!

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CONVERSANDO SÉRIO...

Olá pessoal!!! Semana passada sugeri alguns temas para abrirmos discussões em nossas próximas conversas em grupo do projeto sexualidade. Alguns alunos me procurou com algumas posições em relação as temáticas que sugeri.
Os temas foram diversos: Amizade, ficar ou namorar?, homossexualismo,conceitos e preconceitos...entre outros.Eis algumas posições de alguns alunos:
Alan (1º ano "A") diz: Ser AMIGO é ter a liberdade de desabafar todos os nossos problemas, pessoa pelo qual confiamos, é estar ao lado nos momentos alegres e tristes...Ser amigo é ajudar aquela pessoa a subir todos os degraus de uma longa escada, e quando chegar no topo, saber que teve a ajuda de um verdadeiro amigo.
Fiama(1º ano "A") diz: Ser AMIGO é ser companheiro, aceitar o outro com seu jeito diferente de ser, sem preconceito e saber dar conselhos para o bem do outro e não criticá-lo, porque muitas vezes as críticas magoam.Ser amigo é dar o ombro para o outro nas horas tristes, sorrir juntos nas horas alegres, aproveitar a vida...ao lado das pessoas que fazem os nossos dias mais felizes. Por isso amo meus amigos!!!
E você? o que acha sobre o assunto? Coloque sua opinião!!!
Um forte abraço,
Silvaneide

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Gravidez nos homens? De que forma?

Opa!! Isto não está no programa!!

Tá certo que pode até pintar aquela vontade de saber como seria ficar grávido, sim, porque os garotos só não geram os bebês dentro deles, mas a gravidez é dos dois.

Também não é legal aquela forçada de barra para que o sexo aconteça, e depois achar que você não tem responsabilidade sobre as conseqüências.

Já foi o tempo do papo de que prevenção da gravidez é coisa de mulher.

Pois é, ela pintou e não estava nos seus planos, e agora?

Porque não garantir "você" que ela não aconteça, e aí acaba o risco de ter que assumir um filho que não era planejado.

Não espere acontecer, você pode tomar uma atitude.

Vale a pena procurar um médico, ele poderá te dar uma série de orientações e cuidados que você poderá tomar com a sua saúde sexual.

Para você pensar: A gente só conversa sobre sexo com amigos, que aprenderam com amigos.... Por que é difícil falar sobre sexo com as pessoas que realmente nos orientariam adequadamente?

Fonte: Equipe Programa Ato - Bayer Schering Pharma
Educadores

TPM : Quem não já ouviu falar dessas três letras?

Tensão Pré Menstrual, Dr. Luiz Bahamondes,

Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Nacional de Córdoba – Argentina, radicado no Brasil desde 1977, o Dr. Luis Bahamondes é Professor Titular do Departamento de Toco-Ginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP (Universidade de Campinas). Coordenando e atendendo no CAISM - Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher, conhece muito bem os sintomas e conseqüências da TPM para a mulher, participando, inclusive, de grupos internacionais de estudo sobre o tema. O Dr. Bahamondes deixou um pouco suas atividades para conceder esta entrevista ao programa ATO e dividir um pouco seus conhecimentos sobre a TPM, que hoje em dia afeta a qualidade de vida da mulher. Conhecer seus sintomas e como combater esta situação representa condição essencial para a mulher ter uma vida saudável e produtiva.

por Susana Denicol

1) O que é tensão pré-menstrual - TPM?
R. É um conjunto de sintomas físicos e psicológicos que acometem a mulher alguns dias antes da menstruação e que desaparecem quando a mulher menstrua.

2) O que causa a TPM?
R. Existem várias teorias para explicar a TPM, entre elas, causas genéticas, aumento de alguns hormônios no corpo, retenção de líquidos e stress.

3) Como a TPM afeta a qualidade de vida das mulheres?
R. A vida das mulheres é profundamente afetada pela TPM, dependendo da severidade dos sintomas, com baixa produtividade no trabalho motivada pela falta de concentração e energia, faltas ao trabalho, abandono temporário das atividades esportivas e do lazer, afeta a vida conjugal, as relações sexuais, etc.

4) Quais são os sintomas da TPM?
R. São vários os sintomas da TPM,sendo as queixas mais comuns: a retenção de líquidos com inchaço, conhecido como edema, dores tipo cólicas no baixo ventre , nervosismo, irritabilidade, dor nas mamas, chegando nos casos mais graves aos sintomas psiquiátricos. Boa parte dos crimes, atos violentos e acidentes entre mulheres ocorrem nos dias anteriores à menstruação.

5) Como posso saber se tenho TPM?
R. A mulher deve consultar seu médico ginecologista, o qual tem uma série de gráficos e tabelas de sintomas para serem preenchidos com a finalidade de avaliar se uma mulher tem ou não TPM.

6) A TPM tem cura?
R. Sim, existem numerosos medicamentos que ajudam a resolver o problema.

7) Existem tratamentos para todos os sintomas da TPM?
R.Sim, existem numerosos medicamentos que ajudam a resolver o problema.

8) Dizem que a pílula contraceptiva é indicada para o tratamento da TPM?
R. Sim, no entanto, não são todas as pílulas que resolvem o problema da TPM, devem ser utilizadas aquelas que possuem um hormônio similar ao produzido pela mulher, que impede a retenção de líquidos, preferencialmente com menos dias de intervalo entre as cartelas.

9) Por quanto tempo a mulher deve tratar a TPM?
R. O ideal seria entre 6 meses e um ano, para em seguida reavaliar com o médico o que acontece. A critério do médico ela poderá permanecer por períodos maiores utilizando o tratamento para evitar que os sintomas reapareçam.

10) Que atitudes adotar no dia a dia para prevenir ou minimizar o impacto da TPM na vida das mulheres?
R. A prática de exercícios físicos pode ajudar pois aumenta a sensação de bem estar, uma dieta equilibrada, com baixa quantidade de calorias e rica em vitaminas e sais minerais, além da adoção de um comportamento que ajude na redução do stress, evitando situações de confronto e tensão pode ajudar na melhoria dos sintomas de TPM.

As informações contidas nesta página são de responsabilidade de seus autores e não necessariamente refletem as recomendações e opiniões da Bayer Schering Pharma.
Educadores.

Fonte> http://programa-ato.com.br/home.php

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Documentário: "As Meninas"

Assistimos, esta semana, ao um documentário sobre quatro adolescentes que, precocemente, engravidaram. O vídeo mostra a dura realidade de cada uma no que diz respeito a sua vida após as gestações indesejadas. Agora é a sua vez!!!
Comente o documentário contribuindo de forma positiva nesta nova postagem. Conto com todos vocês!!!

sábado, 25 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO SEXUAL - INFORMAÇÃO É A MELHOR SOLUÇÃO

EDUCAÇÃO SEXUAL - INFORMAÇÃO É A MELHOR SOLUÇÃO
20/9/2010- Estudo apóia educação sexual na rede pública

Estudo vê necessidade de educação sexual em Rede Pública
A educação sexual deveria estar presente na grade curricular dos jovens no ensino fundamental. A constatação é de uma pesquisa da Faculdade de Enfermagem da USP de Ribeirão. Entrevistas com 44 alunos de sétima e oitava séries de uma escola estadual da cidade comprovaram que os jovens têm muitas dúvidas sobre a sexualidade e se sentem envergonhados para esclarecê-las.
Segundo a autora da tese, Julieta Seixas Moizés, o objetivo do trabalho foi perceber como os professores e os alunos lidam com a sexualidade na escola e o resultado mostrou que o tema ainda não tem a atenção devida nas aulas. “Pelas pesquisas que fiz com os estudantes, eles gostariam muito que tivesse educação sexual na escola, que é, inclusive, um tema transversal, mas que não é muito trabalhado”, afirmou.
Temas transversais são assuntos determinados pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, do Ministério da Educação, que devem ser trabalhados nas instituições escolares de todo o País. Segundo Julieta, a sexualidade entra em disciplinas como ciências, mas que deveria aparecer mais. “Seria interessante haver uma disciplina sobre isso. Como não encontrei uma escola assim durante o trabalho, a sugestão que penso é que as matérias que abordam o assunto tivessem mais de uma aula sobre ele”, afirmou. Ainda segundo ela, é importante que os professores tenham contato com o assunto. “A forma como abordar o tema não é muito presente na graduação dos profissionais, por isso é preciso cuidado”, disse.

domingo, 12 de setembro de 2010

Reflexão da terceira oficina

REFLEXÃO DA TERCEIRA OFICINA
A terceira oficina tem como objetivo mostrar que “Engravidar é uma escolha”. Com este tema o foco é conhecer os métodos contraceptivos de barreira, hormonais, naturais, químicos, DIU e definitivos que, muitos de nossos alunos não conhecem e nem têm acesso.
Mais uma vez, a aprendizagem se passa através de um jogo “tiro ao alvo” onde cada grupo tem a chance de responder a algumas perguntas propostas de acordo com a cor que o grupo acertou no tiro ao alvo.
Nesta oficina, eles podem verificar que além da camisinha masculina e feminina, existem outros métodos que, também, podem prevenir uma gravidez indesejada.
Uma outra questão que é colocada nesta oficina é com relação a pílula do dia seguinte. Muitas jovens a utiliza como contraceptivo e sabemos que não é. Acho que é de fundamental importância mostrar esta questão séria para muitos jovens que tem usado como prática.

REFLEXÃO DA SEGUNDA OFICINA

Fizemos a segunda oficina em agosto e os alunos, mais uma vez, aprenderam com as propostas de trabalho sugeridas pela oficina.
O tema é “Nem toda relação sexual engravida” e o foco é mostrar aos alunos que nem toda prática sexual engravida. Falando deste assunto, os alunos podem aprender ideias e fatos que no dia-a-dia eles acabam sabendo de forma limitada ou até muitas vezes errada.
Ao final da oficina, eu proponho sempre uma avaliação do trabalho. Nesta hora, várias questões são colocadas. Ao perguntar, por exemplo, quais os pontos positivos desta oficina, eles colocaram as seguintes respostas:
“ Conhecemos melhor o nosso corpo, evitar a gravidez como também das doenças sexualmente transmissíveis.”
“Aprendemos como podemos engravidar ou não. Conhecemos como funcionam os aparelhos reprodutores masculino e feminino.”
Outra pergunta que fiz está relacionada as informações que eles aprenderam e se acham importante repassá-las?
Todos concordam que essas informações são de grande importância para que os jovens, caso tenham uma vida sexual ativa, saibam se prevenir.
Percebi que o trabalho teve um resultado positivo, a medida que, muitas questões e dúvidas foram tiradas. Todos aprendendo juntos e um interagindo com o outro. Receita certa para uma boa aprendizagem. Vocês não acham?

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Mas afinal!!! O que é Sexualidade

O ser humano tem como sua aspiração maior a busca de prazeres. A percepção do prazer varia de pessoa a pessoa, de acordo com sua história pessoal e social.
Chama-se de sexualidade a todas as formas, jeitos, maneiras como as pessoas expressam a busca do prazer. Se uma pessoa , por exemplo, dança e no momento em que está dançando, ela está sentindo prazer. Da mesma forma, quando alguém nada, bebe ou tem uma relação sexual.
É muito importante entender que entre a busca de prazer e o encontro deste existe uma distância. O encontro do prazer no exercício da sexualidade depende de uma séria de fatores, que compõem a história das pessoas: sua relação consigo mesmas, com os outros e com o mundo.
Quando se entende que a sexualidade está apenas vinculada ao aspecto da relação sexual se diz GENITALIDADE, isto é , centrada nos genitais. Esta abordagem, apesar de restritiva, nos leva a pensar que sobre a relação sexual é preciso ainda muito diálogo,pois pairam dúvidas, culpas, medos, pressões e repressões.
É muito importante aceitar que dúvidas são naturais. Elas acompanham todo o desenvolvimento do ser humano e aumentam e diminuem de acordo com as experiências, sejam elas opcionais ou impostas. As dúvidas relacionadas à sexualidade, passam pelo crivo de poder ser expostas ou não, pois apresentá-las pode sugerir falta de conhecimento ou imaturidade. Imagina...querer saber algo que para a maioria pode parecer tão óbvio...e de repente faz-se a opção pelo benefício da dúvida e esse benefício pode custar caro...
Para construir confiança, resgatar o prazer e desvendar os mistérios é necessário acionar todos os meios disponíveis de informações. É preciso atitude para se lançar na aventura de poder sentir prazer e evitar riscos desnecessários.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

TEMA POLÊMICO: CAMISINHA NA ESCOLA?

<> Alunos discordam sobre distribuição de camisinhas em escolas

Pesquisa mostra que os adolescentes têm dificuldade de acesso ao preservativos. Governo quer oferecer instalação de máquinas de camisinhas em escolas do ensino médio.
A idéia só passa a valer a partir do ano que vem. Mas já está provocando a maior polêmica.Estudantes, pais e educadores discutem se está certo ou errado instalar máquinas para distribuição de camisinhas nas escolas públicas.

Falar de sexo? É claro que quando se fala de sexo se fala de tabu, se fala de preconceito, se fala de tradição, se fala de pecado. O que mais se fala de sexo? Silêncio na sala. Que timidez!

Quando se fala de sexo, se fala também em prevenção e é aí que ela, a camisinha, entra em cena ! É o melhor jeito de evitar a contaminação pelo vírus HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis, além de prevenir a gravidez.

“As pesquisas recentes indicam que jovens entre 13 e 19 anos têm uma vida sexualmente ativa. Se eles têm uma vida sexualmente ativa, seria uma atitude dissimulada fechar os olhos para esta realida de”, afirma a doutora em antropologia Micheline de Oliveira.

O Ministério da Saúde em parceria com o Unicef fez uma pesquisa e descobriu que os adolescentes têm dificuldade de acesso ao preservativo. Por isso, escolheu a escola para encurtar este caminho. Sem querer, criou uma polêmica: afinal, escola é lugar para distribuir camisinha?

“Neste local, onde eles estão juntos em turmas de amigos, ter este acesso de maneira, sem preconceito, sem discriminação, com facilitação, acho que é o nosso papel”, a firma o coordenador do Programa DST Aids, do Ministério da Saúde, Dirceu Grecco.

Até o início do ano que vem, pelo menos quarenta escolas públicas de três capitais brasileiras vão começar a testar as máquinas de camisinhas como a mostrada na reportagem.

Mas o que pensam os adolescentes, Os mais interessados no assunto?

“Eu não concordo com estas máquinas aqui dentro da escola, porque tem os postos de saúde que di sponibilizam. E eu acho que não é o local apropriado”, afirma um estudante Mateus Vasconcelos, de 16 anos.

“É muito mais fácil, Eu estou muito mais vezes aqui na escola do que no posto de saúde”, diz a jovem Thayna Estrela, de 15 anos.

“Dá vergonha você falar para outra pessoa o que você vai fazer. Isso daí é muito constrangedor. Seria melhor com uma máquina, que a máquina você pode contar para ela tranquilo, não dá vergonha”, comenta André Fuch, de 17 anos.

O Fantástico fez um teste e usou uma câmera escondida para observar a reação dos alunos. A máquina de camisinhas passou um dia inteiro em uma escola de Florianópolis. Veja em vídeo a curiosidade da turma.

Como o acesso vai ser liberado apenas para alunos do ensino médio, só eles receberam a senha. Usar a máquina é fácil, basta digitar os números e pronto: o preservativo sai na hora.

O interesse foi enorme. Das 300 camisinhas disponíveis, 190 foram retiradas.

Alunos, professores e pais de uma escola ainda estão discutindo, mas a maioria dos estudantes prefere que a máquina seja colocada em lugares como o banheiro.

As escolas não são obrigadas a receber a máquina, mas quem aceitar a oferta do Ministério da Saúde deve promover campanhas e discussões sobre educação sexual - assunto que gera muita polêmica!

“Eu acho que a escola não é o lugar mais apropriado para isso. Primeiro a educação sexual tem que vir de casa, dos pais”, afirma a estudante Carolina Cristina dos Santos, de 16 anos.

A discussão vai além dos muros da escola. “Eu acho que a escola é o lugar adequado que os adolescentes possam adquirir a camisinha, que muitas vezes eles não conseguem em casa”, diz o psiquiatra Francisco Baptista Neto.

Falar sobre sexo em família nem sempre é fácil. Um estudante diz que, em casa, nunca toca no assunto com os pais, “Até porque dá vergonha falar isso com os pais”, diz Lucas Ortiz, de 19 anos.

Seu Édio é pai de oito filhos e sete deles estudam na mesma escola. Todos eles teriam acesso à camisinha. Ao responder se acha que isso, de alguma forma, facilitaria a conversa sobre sexualidade dentro de casa.

“Com certeza, pelo simples fato de chegar em casa contando a novidade, eu creio que vai abrir uma discussão da família com os alunos. Isso vai provocar. Eu acho que vai vir dos filhos para com os pais, que na verdade deveria ser o contrário, dos pais para os filhos”, diz Édio dos Santos.

“Eu sou contra a distribuição da camisinha na escola pelo fato de se incentivar o início da vida sexual deles”, diz uma das mães, Andréa Voges.

Uma psicopedagoga diz que a escola já está sobrecarregada.

“Eu sou completamente contra. As escolas não estão preparadas para este passo, podendo estar banalizando o ato sexual em si, incitando essas crianças a uma vida precoce, sexual, e o passo seguinte seria perguntar agora: onde eles fariam uso destas camisinhas? Nos corredores das escolas?", diz a psicopedagoga Albertina Chraim.

Perguntamos ao jovem Thales Navarro, de 16 anos, o que ele pensaria ao ver a namorada dele com uma camisinha na mão.

“Como a cabeça do homem pensa né, que é uma guria periguete”, responde ele.

“Infelizmente, a sociedade brasileira ainda vê o uso do preservativo, da camisinha, de forma bastante preconceituosa. As pessoas ainda têm a idéia de que fazer a utilização da camisinha é alguma coisa promíscua”, afirma a antropóloga Micheline de Oliveira.

“Isso facilita o estudante a querer isso. Então, isso incita o estudante a pensar que é fácil e distancia da educação que você tem em casa”, diz Otávio Velas, de 16 anos.

“Eu não vou fazer sexo porque tem um negócio de camisinha no banheiro”, defende Thayná.

“Mas se eu quero fazer sexo, qual é o problema?”, questiona Thayná.

O debate está só começando.
Fonte: www.globo.com.br

AGORA É COM VOCÊ!!! O QUE ACHA SOBRE ESTE TEMA TÃO POLÊMICO? ESCREVA A SUA OPINIÃO A RESPEITO A FIM DE AMPLIARMOS ESTA DISCUSSÃO.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

PROFISSÕES "MASCULINAS" E PROFISSÕES "FEMININAS" - MITO OU REALIDADE?

Tradicionalmente, boneca é brinquedo "para menina" e futebol, atividade "para menino", de acordo com suas tendências naturais, ou com suas tendências naturais, ou com os padrões culturais impostos pela sociedade. Por outro lado, foi-se o tempo em que apenas o magistério era profissão "para mulher" : mulheres deste milênio exercem atividades em qualquer área de conhecimento, em alguns casos com vantagens sobre os homens. E também os homens começam a atuar - e bem - em áreas reservadas no passado, às mulheres.
Você acha que homens e mulheres escolhem seu rumo profissional de acordo com o sexo/gênero? Podemos considerar que algumas profissões "não são para homem" e outras "não são para mulher"?
Reflita sobre o assunto e dê sua opinião.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PRODUZINDO SOBRE O ASSUNTO

Em 19 de agosto começou o Projeto Vale Sonhar no 1º ano "A" e nós sonhamos. Naquela uma hora esqueçemos que era uma aula e pensamos nos nossos futuros incertos.
Começou com a professora Silvaneide perguntando:
_ Algum de vocês engravidou ou engravidou alguém nos últimos 9 meses?
Risos geral. Todos dizeram que não. Mas, alguém disse:
_ Nove meses? Deixa eu ver... E contava no dedo...
_ Não...é não engravidei ninguém - risos geral novamente- Adiante tínhamos que escrever o que queremos ser no futuro. Muitos pararam para pensar (geralmente temos medo de pensar no futuro porque é uma coisa que não temos controle e nem ideia do que vai acontecer) outros foram sinceros (vamos dizer assim) e dizeram que não sabia o que queria ser.
Puxamos um papelzinho que era uma ilustração de um teste de gravidez.Uns davam positivos outros negativos. Quem pegasse o positivo teria que encher uma bexiga e colocar dentro da blusa. Foi motivo de riso geral...
Fechamos os olhos.Tá bom...eu não fechei, mas a maioria fechou enquanto a professora fazia uma viagem no futuro ocm o poder das palavras.
Acabada nossa viagem no futuro, alguns falaram sobre a experiência vivida. A primeira foi Mizia que disse que no começo viu muitas festas com os amigos depois ao longo dos anos foi trocando as roupas de festas por sociais de trabalho e mais adiante casada e grávida.
Outro depoimento foi o grávido Diogo. Ele era mais preocupado em ter o seu próprio negócio pra poder ser feliz com sua família.
Outra sonhadora foi a Jéssica. Essa queria ter também seu próprio negócio, ser independente. Agora não fiquem chocados, mas ela viu no seu futuro seis filhos. É isso mesmo!!! seis filhos!!! Uma casa bem grande, não sei quantas empregadas. Mas, o mais interessante foi o que aconteceu depois que ela acabou de falar, alguém da parte do fundo da sala ( a parte de trás já sabe como é,né...) falou com ironia:
_Você sonha alto né?
E Jéssica falou:
_ Claro meu bem!!! sim, é verdade!!!! Temos que sonhar alto pra sermos alto na vida.
Outros mais falaram de seu sonhos e assim foi acabando a primeira parte do projeto na turma. Fomos na brincadeira falando de coisas serias,coisas que talvez, não agora, mas vai chegar um dia como gravidez, casamento, emprego...o futuro chega em forma de presente e o presente se transforma em passado. Esperamos que nossos sonhos sejam lindos.
Alex Bezerra
Aluno do 1º ano "A" da Escola Estadual Rosalvo Ribeiro

ADOLESCENTES COM HORMÔNIOS À FLOR DA PELE.

Mudanças físicas e psíquicas perpassam a construção da sexualidade na adolescência. Compreensão e diálogo são fundamentais durante esse processo
Ana Rita Martins (ana.martins@abril.com.br)
Estereótipos e expectativas na questão de gêneros

KARINA* Compro ou não?
Fui na farmácia pq queria comprar camisinha e demorei 10 minutos pra ter coragem de pegar. Sinto vergonha por ser menina, as pessoas me olharam mó eskisito. Parecia que eu era uma galinha. É mais fácil prum menino. Fico sem saber como agir.

QUESTÃO DE GÊNERO Os estereótipos sobre o que se espera de homens e mulheres confundem os jovens
Ilustrações: Daniella Domingues
Além do desafio de encarar as mudanças corporais e a avalanche de desejos e novas experiências, construir-se e posicionar-se sexualmente como homem e mulher é um desafio e tanto na adolescência. Principalmente porque a sexualidade não é constituída apenas de determinantes biológicos, mas por um complexo de marcas culturais, sociais e econômicas. O adolescente aprende com o meio o que é esperado dele na relação com o outro.

Como meninos e meninas estão formando a própria identidade, é essencial eles confrontarem as ideias que têm sobre o comportamento de homem e de mulher (o que inclui, em muitos casos, contestar até o modelo dos pais, geralmente considerado perfeito durante a infância). Freud escreveu que é essa nova significação de papéis, com a adoção de outros modelos de identificação fora da família, que consolida a sexualidade de cada um. Na vida real, isso pode provocar grande ansiedade, pois novas referências podem se chocar com os antigos e criar contradições difíceis. É a luta entre o que o adolescente quer ser (como homem e mulher), a autoridade que ele efetivamente dispõe para se tornar isso (já que ainda não é totalmente independente) e o que se espera que ele seja (na família ou na comunidade).

Daí a importância de a escola ensinar a questionar os estereótipos atribuídos ao comportamento sexual masculino e feminino. Por isso, de nada adianta apenas defender que é essencial usar camisinha - mas deixar que os alunos falem mal das meninas que andam com preservativos. Da mesma forma, não vale só mencionar a ejaculação precoce - e se esquecer de abordar a cobrança que pesa sobre os homens, que precisam "provar" sua virilidade. "Despejar informações sobre sexo seguro é pouco para conscientizar os jovens e garantir que terão uma vida sexual saudável. Pesquisas mostram que eles sabem que têm de usar camisinha, mas não a usam. Daí a necessidade de conversar, de fazê-los pensar", diz Mônica Maia, especialista em Educação Sexual.

Enfim, falar sobre sexualidade exige exercitar a tolerância, o acolhimento ao outro e o olhar para si mesmo. Como disse o educador Paulo Freire (1921-1997): "A sexualidade, enquanto possibilidade e caminho de alongamento de nós mesmos, de produção de vida e existência, de gozo e boniteza, exige busca de saber de nosso corpo. Não podemos viver autenticamente, no mundo e com o mundo, se nos fechamos medrosos e hipócritas aos mistérios de nosso corpo ou se os tratamos cínica e irresponsavelmente".

* Os destaques desta reportagem trazem depoimentos por um programa de troca de mensagens instantâneas pela internet de alunos do 9º ano da EMEF Victor Civita, em São Paulo. Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.

FONTE: www.novaescola.com.br

OFICINAS DE SEXUALIDADE

Mais uma etapa iniciada. A Escola Estadual Rosalvo Ribeiro iniciou esta semana as oficinas do Projeto Vale Sonhar. A Escola participa do projeto desde 2008 e tem contado com a participação dos alunos do ensino médio, professores e coordenação da escola.
Em 2008, participaram 419 alunos ,pois, as oficinas foram aplicadas para as três séries do ensino médio. Em 2009, as oficinas foram aplicadas apenas para os alunos dos primeiros anos já que as outras turmas já haviam participado no ano anterior. E este ano,o projeto continua com toda força.
Durante esta semana, aplicamos a primeira oficina para as duas turmas do diurno que tem como objetivo “ O despertar para um sonho de vida profissional”.
Antes de começar a dinâmica da bexiga, os alunos responderam a seguinte pergunta: Qual é o meu sonho de vida profissional? Na maioria das respostas os alunos enfatizaram a importância de ter uma formação profissional e realizar-se na profissão escolhida.
Alguns pensam da seguinte forma:
“Entrar no Exército Brasileiro e ter uma grande carreira lá dentro.” (1º “A”)
“Entrar na faculdade (UFAL) no curso de música e viver a minha vida ensinando, aprendendo, tocando, etc... ou seja, viver de música em todos os sentidos.” (1º “A”)
“Tenho tantos sonhos na vida que, ao longo de minha curta vida, alguns já não estar aqui, outros estão ativo esperando o momento para ser realizado. Talvez todos ainda estejam esperando para eu acordar para a vida.” (1º “A”)
“Para a minha vida profissional eu quero ter muito sucesso como médica (obstetra). Por isso, eu me esforço com tudo que eu faço. Estudo e dou o melhor de mim.” (1º “A”)
“ Quero me formar em comunicação e me tornar um ótimo jornalista.” (1º “B”)
“O meu sonho na vida profissional é ser jogador de futebol, apesar das dificuldades que vou ter mas é o meu principal sonho.” (1º “B”)
“Meu sonho é crescer dia após dia profissionalmente. Quero ser psicóloga e quero trabalhar com teatro e diretora de imagens.” (1º “B”)
“Meu sonho profissional é ter um bom emprego para no futuro ter algo na vida. Meu sonho é ser perita criminal.” (1º “B”)
“O meu sonho de vida profissional é ser um engenheiro elétrico. Eu já comecei a realizar meu sonho. Já fiz um curso profissionalizante na área da eletricidade e quero quando terminar o ensino médio fazer a faculdade de engenharia elétrica.” 1º “B”
Após ter respondido a esta pergunta, começamos a dinâmica da viagem ao futuro onde alguns alunos viajaram grávidas e grávidos e outros não.
Nesta viagem (pela imaginação) os alunos podem realizar os seus desejos de acordo com o que eles pensam em fazer ao longo dos anos. Alguns, sentiram dificuldades nesta viagem, pois já a fizeram com uma gestação precoce e outros não.
Os alunos puderam relatar suas experiências (da viagem) para todos da sala e expor todas as suas expectativas de vida para os próximos anos.
Após esta viagem pelo o imaginário de cada um, os alunos se dividiram em grupo e responderam a seguinte pergunta: Quais as conseqüências de uma gravidez precoce para os meninos e para as meninas.
Confiram as respostas:
- A pressão da família;
- Dificuldades financeiras em sustentar o filho;
- Abandona a escola;
- Não se diverti, não é mais uma pessoa livre;
- A estrutura psicológica que não tem para ouvir críticas e para se dedicar ao seu filho;
- Os meninos têm que parar de estudar para sustentar a família que ele está construindo;
- O pai da criança, muitas vezes, não quer assumir o filho;
- Falta de experiência para ser mãe e esposa;
- Dificuldades para arrumar um emprego por ser jovem demais;
- Ter que trabalhar e estudar ao mesmo tempo;
- A vida ativa do jovem acaba por conta da responsabilidade;
- Dificuldades em realizar seus sonhos profissionais.
Foi mais uma experiência gratificante !!!! Vamos para a próxima a 2ª oficina em breve.
Um grande abraço a todos,
Silvaneide Mendonça dos Santos

sábado, 14 de agosto de 2010

QUESTÃO ABERTA: Apenas vantagens está conectado à comunicação eletrônica?

Sabendo que muitos jovens, atualmente, mantém relacionamentos pela internet e que coloca em exposição a vida destes,
Uma recente pesquisa sobre o perfil do usuário brasileiro do Twitter mostrou que a maioria dos usuários, 61%, é composta por homens na faixa de 21 a 30 anos, solteiros, localizados nos estados São Paulo e Rio de Janeiro. Na maior parte, são pessoas com ensino superior completo e renda mensal entre 2 mil e 5 mil reais. É, portanto, um “Clube do Bolinha”, de classe social elevada. É difícil imaginar, entretanto, que os usuários do brasileiro campeão de seguidores no Twitter se enquadre nesse perfil: é Mano Menezes, técnico do Corinthians, um clube de massa.

Proponho uma reflexão sobre o comportamento em relação à comunicação eletrônica. É preciso estar sempre conectado, via computador ou celular? E participar de redes sociais, quais as vantagens e desvantagens – aqui vale lembrar o problema dos perfis falsos e da falta de privacidade?

Os usos sociais da internet : conexão insegura

PROPOSTA DE TRABALHO NA ESCOLA

Conteúdos
Tecnologia e sociedade, usos sociais de aparatos tecnológicos, cultura de massa e internet

Habilidades
Construir uma compreensão crítica e historicamente contextualizada das novas tecnologias de comunicação como a Internet e entender as determinações sociais e culturais que explicam os sentidos dados a tais ferramentas

Tempo estimado
Duas aulas

Lya Luft faz, em sua coluna da VEJA, sérias críticas ao que a ela considera os maus usos das novas formas de comunicação possibilitadas pela internet. Ainda assim, ela se mostra uma usuária frequente, como muitos de nós. Navegando online fazemos pesquisas, buscamos informação e travamos contatos com pessoas do mundo todo. Assim como para a escritora, usar o computador diariamente é parte da rotina de um grande número de brasileiros, comprovadamente um dos países que mais se conectam mundialmente. Mas as mudanças relacionadas ao novo meio de comunicação causam também profunda apreensão, ao abrirem fronteiras novas, que são exploradas por criminosos e todo tipo de pessoas sem escrúpulos. Nas aulas aqui sugeridas, discuta com a moçada as formas pelas quais a sociedade incorpora e lida com as possibilidades criadas por novidades tecnológicas.

Atividades
1ª aula - Converse com os jovens sobre a internet e tente descobrir como eles usam essa tecnologia. Quem tem blog na sala? Todos possuem perfil no Orkut? Se não possuem, quais os motivos? Alguns preferem manter sua privacidade, como relata Lya Luft? Ou, pelo contrário, não se pode mais escapar de marcar encontros e manter contato com os amigos pelo MSN? Quantos já usaram câmeras para conversar com parentes e amigos distantes?

Após ouvir os alunos, discuta as semelhanças e diferenças entre as diversas ferramentas que eles relatam usar. Que sites ou programas servem mais para paquera ou para assuntos profissionais? Quem tem acesso à internet, em casa ou numa lan house, usa para fazer pesquisas para a escola? Os meninos usam a rede de forma diferente das meninas? Alguém já foi vítima de golpes ou alvo de alguém espalhando mentiras online?

Mostre para a galera que as tecnologias são utilizadas de muitas formas diferentes e que essa diversidade é parte fundamental da forma como o ser humano interage com seu meio. Grupos distintos atribuem significados diversos a ferramentas novas e antigas e o surgimento de uma tecnologia possibilita a observação desse processo de forma única. O crescimento e a mudança dos usos e sentidos da internet, mesmo no curto espaço de tempo em que ela existe, demonstra a multiplicidade de formas possíveis de interagir com uma tecnologia e a maneira criativa pela qual as pessoas recriam sua utilidade, para fins nem sempre previstos pelos criadores. Esse tipo de análise, focada nos aspectos sociais das tecnologias, é um campo em franco crescimento no Brasil e no mundo, que ajuda a entender as formas pelas quais a cultura e as sociedades interagem com aparatos tecnológicos. Longe de serem apenas ferramentas inertes ou que impõem um determinado uso para as pessoas, as tecnologias são criativamente reinterpretadas pela sociedade.
Para seus alunos O Mapa da Conectividade

Fonte: ComScore
Com a ajuda de um mapa-múndi, mostre que os países asiáticos da costa do Pacífico, a Europa e os Estados Unidos estão muito a frente do resto do mundo em conexão com a internet. Segundo levantamento de 2008 da ComScore, instituição especializada em pesquisas sobre o uso da rede, existem 308,8 milhões de internautas asiáticos, 232,8 milhões de europeus e 183,8 milhões de norte-americanos. O Brasil possui 59 milhões, a maioria nos grandes centros urbanos do sudeste e do sul do país. São quase 800 milhões de pessoas conectadas, criando e recriando usos para a rede.
2ª aula - Nessa segunda parte, aprofunde os temas levantados na primeira aula, oferecendo um pouco mais de contexto histórico para pensar as tecnologias de informação. Comente com a classe, por exemplo, que algumas ferramentas anteriores à internet passaram por processos de adaptação e mudança semelhantes, como o telefone.
Thomas Alva Edison elaborou os princípios de gravação e reprodução do som em 1877. Tanto ele quanto Alexander Graham Bell dividem a fama de terem inventado o telefone, uma outra tecnologia atualmente muito difundida. Quando surgiram, essa máquina de reprodução e gravação de sons não conseguiu empolgar seus contemporâneos. Era muito difícil, há mais de 100 anos, prever a revolução causada pela telefonia, tanto nos negócios quanto na nossa vida pessoal. Quem consegue imaginar um mundo no qual só se consegue ouvir a voz dos amigos e parentes pessoalmente? Leve os alunos a pensar que nossos celulares permitem esse contato a qualquer tempo e lugar. E o que dizer dos tocadores de MP3? A ideia de escutar em qualquer lugar música baixada da internet nunca esteve presente nos planos daqueles que inventaram tais tecnologias, mas usos como esses que definem, hoje, as nossas relações com elas – com imenso prejuízo para a indústria fonográfica, por exemplo.
Uma tecnologia desenhada para gravar e reproduzir som desenvolveu-se em grande escala apenas quando começou a ser utilizada para fins aparentemente banais: bater papo e escutar músicas. Da mesma forma, a internet só tornou-se a força desestabilizadora que é hoje quando começou a ser adaptada para usos do cotidiano. Desenhada para fins militares pelos EUA, ela parte de um princípio de transmissão descentralizada de informação. A rede foi concebida para permitir a comunicação no caso de um holocausto nuclear: mesmo com uma parte do sistema destruída ele, como um todo, permanece funcionando, pois a informação consegue ser transmitida por rotas alternativas. Detalhes técnicos à parte, a internet foi rapidamente adotada por centros de pesquisa e universidades, para, por fim (no final dos anos 1980), ser liberada para o mercado consumidor.
Muitos de nós vivemos uma época, muito recente, na qual não havia internet, email, Youtube, Orkut ou MSN. Colocar fotos da nossa vida particular para qualquer um do planeta ver, escrever diários online ou ter acesso instantâneo via mensagens era inconcebível. Mesmo assim, uma grande parte ganhou tanta familiaridade com essas ferramentas que já não consegue se imaginar sem acesso a elas. Ainda hoje, novas formas de uso de tecnologias ligadas à internet continuam a ser desenvolvidas, com possibilidades e usos imprevisíveis. Alguns filósofos, como Pierre Lévy, pensam que a conexão do planeta via web levará a uma forma original de inteligência mundial, aumentando as nossas capacidades cognitivas por meio de redes virtuais. Se isso vai ocorrer ou não, o fato é que já vivemos num mundo transformado, e a exploração das novas fronteiras tecnológicas permanece um projeto aberto.
Conclua encomendando um texto dissertativo onde os estudantes avaliem o impacto da internet em suas vidas, comentem o uso que fazem dela e projetem perspectivas pessoais – como, por exemplo, a importância da rede na profissão que pretendem seguir.
Fonte: www.novaescola.com.br

COMO TRABALHAR COMPORTAMENTOS UTILIZANDO AS MÍDIAS

Edição 189 | Janeiro/Fevereiro 2006
Liguem a TV: vamos estudar!
Novelas, seriados, desenhos animados, noticiários... Qualquer programa de televisão pode ser usado na sala de aula para introduzir ou aprofundar conteúdos e para discutir valores e comportamento
Paola Gentile (pagentile@abril.com.br)

A professora Simone e os alunos da 4ª série da escola Egon Schaden, em Francisco Morato (SP): no final do projeto sobre trabalho infantil, a garotada interpreta apresentadores de telejornal e de comerciais, repórteres e cinegrafistas e aprende como a televisão é feita. Foto: Ricardo Benichio
Ela usa ação, imagens e sons especialmente selecionados para prender a atenção da garotada. Ajuda na formação de memórias de longa duração. É capaz de desenvolver a imaginação dos jovens, e as histórias que ela conta são tema de conversas e debates acalorados entre eles. E tem mais: os alunos certamente permanecem de olhos grudados nela em tempo igual ou superior ao que ficam na escola. Dá para desprezar uma ferramenta pedagógica com essas características?

Estamos falando da televisão, esse meio de comunicação tão importante quanto controverso, que já despertou o amor e o ódio de muitos educadores, psicólogos e sociólogos. Alguns dizem que a TV aliena e emburrece. Outros a acusam de promover a violência e o consumismo. A programação que é veiculada nas dezenas de canais abertos ou por assinatura segue, sim, a lógica do entretenimento e do mercado: permanecem mais tempo em cartaz novelas, seriados, telejornais e outros gêneros que têm audiência, e, portanto, patrocinadores. Mas sua influência é inegável. Há dois anos, um estudo do Ateliê Aurora, programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Santa Catarina, constatou que assistir televisão era a atividade mais marcante da rotina das crianças de todos os contextos sociais. Foram entrevistados alunos de Florianópolis de uma escola particular de elite e de escolas públicas localizadas em favela, no centro da cidade e em vila de pescadores. "A TV não é perfeita e o sistema educativo não vai mudá-la. Então, a escola deve usar esse recurso em benefício próprio", afirma Ismar de Oliveira, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

Com a profusão de canais abertos e por assinatura, a televisão oferece programas para todas as faixas etárias. Noticiários, novelas, minisséries, seriados, talk shows, documentários, programas de auditório, desenhos animados, filmes, clipes... Eles podem ser usados para introduzir conteúdos, aprofundá-los ou ilustrá-los ou para debates sobre comportamento e ética. Selecione os que se encaixam em seus objetivos e fique de olho para perceber onde está o interesse da garotada.
Não é nada fácil para os adultos que cresceram ouvindo críticas a esse meio de comunicação tratá-lo bem. Segundo Maria Thereza Fraga Rocco, professora da Faculdade de Educação da USP, há uma tendência por parte de pais e professores em olhar a telinha como o demônio responsável pelo (mau) comportamento das crianças: "Se ela fosse tão influente na atitude das pessoas, bastaria termos uma TV perfeita para vivermos na sociedade dos sonhos". Existem os programas violentos, os que veiculam valores distantes do que os educadores querem passar aos alunos e os que tratam a realidade de maneira simplista ou equivocada. Mas inclusive esses podem render bons frutos: "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e reflexão", garante José Manuel Moran, professor das Faculdades Sumaré, em São Paulo, e pesquisador na área de tecnologias aplicadas à educação.

Portanto, abandone o discurso que rotula a telinha como a raiz de todos os males e procure assisti-la com outros olhos. Foi o que fez o coordenador pedagógico do Colégio Pentágono, em São Paulo. Carlos Nascimento Júnior precisava encontrar um assunto de interesse dos alunos de 5ª e 6ª séries para ser tema do jornal do colégio no ano passado: "Sempre achei a programação da televisão ruim e fútil e me recusava a perder o pouco tempo livre na frente dela. Mas percebi como esse meio de comunicação é importante na vida das crianças e resolvi dar mais atenção a ele".

Carlos notou a influência dos desenhos animados na fala e nas atitudes dos garotos e não teve dúvidas. Os jovens de 5ª e 6ª séries levantaram os desenhos preferidos pelos colegas da 4ª série, assistiram aos vídeos, discutiram a maneira como os personagens se relacionavam muitas vezes com brigas e violência e conceitos de justiça e amizade. Cada um escreveu um artigo para a publicação baseado nesses debates. Em um dos episódios, um erro científico: duas naves explodem no espaço produzindo barulho e fogo. "Como pode haver som no espaço se ele não se propaga no vácuo? (...) O fogo precisa de oxigênio para queimar, e no espaço não tem oxigênio", questionou Isabela Tavares em seu texto.

O melhor ela faz por você: prender a atenção

No ano passado, pesquisa do Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes (Midiativa), em São Paulo, constatou que a televisão começa a ter fortes concorrentes ao disputar a preciosa atenção de crianças e adolescentes. Internet e celular estão entrando com tudo como opção de lazer e divertimento, mas em camadas pequenas da população. Os jovens ainda gastam em média de quatro a cinco horas por dia na frente de um aparelho de televisão.

Elvira Souza Lima, pesquisadora na área de neurociências aplicada à mídia, de São Paulo, explica que a linguagem que a TV usa imagens em movimento, coloridas, trabalhadas com cortes e fusões e envolvidas em trilhas sonoras especialmente escolhidas mobiliza o sistema límbico, estrutura do cérebro responsável pelas emoções, o que leva a um estado de atenção concentrada. Alguns programas ainda desafiam a imaginação ao propor questões e não dar as respostas imediatamente. "A novela e as minisséries fazem isso muito bem, terminando os capítulos com suspense", exemplifica Elvira.

Olhar crítico vem com debates

Com tantos recursos usados para emocionar e prender a atenção, será que a TV não pode se tornar mesmo um instrumento de manipulação de mentes? Sim, pode. Por isso, levar a televisão para a sala de aula implica também ensinar os alunos a vê-la com olhar crítico. Para Gilka Girardello, coordenadora do Ateliê Aurora, o fundamental é fazê-los entender que a televisão não é uma "janela para o mundo" como gostam de caracterizar os mais entusiasmados: "Ela é um recorte muito bem produzido e montado da realidade e não a realidade".

Estimular os alunos a opinar sobre os programas e chamar a atenção deles para os cortes das cenas e o uso da trilha sonora ajuda a criança a perceber as diversas possibilidades do meio. José Manuel Moran afirma que, quando os alunos produzem programas, captando imagens e selecionando cenas, fica mais fácil perceber as intenções de quem faz televisão. Mas, para tanto, a escola precisaria ter equipamentos. Se isso não for viável, um caminho é comparar os programas com outros produtos culturais: uma novela com o livro que a originou; o telejornal com o jornal impresso; o desenho animado com gibis.

Ao adotar a televisão como recurso pedagógico, convém avisar os pais eles podem ter preconceitos e achar que a escola está enrolando ao colocar a turma na frente do aparelho "em vez de" dar aula. Durante a conversa, Gilka Girardello aconselha o professor a enfatizar que os programas selecionados têm ligação com o conteúdo estudado. Algumas dinâmicas podem ser usadas, como a discussão sobre os valores morais e éticos que uma telenovela está veiculando e a análise de telejornais.
Retirado de: www.novaescola.com.br

Sites relacionados ao tema

Grupo de Pesquisa e Trabalho em Orientação Sexual - www.gtpos.org.br
Instituto Kaplan - www.kaplan.org.br
Reprolatina - www.reprolatina.org.br
www.novaescola.org.br

Em que um gravidez precoce contribui para a evasão escolar e para o aumento da pobreza no Brasil?

Segundo dados do IBGE,UNESCO 20% dos bebês nascidos em 2006 foram filhos de mães adolescentes e 25% das jovens de 15 a 17 anos que largaram a escola o fizeram por causa da gravidez.
Infelizmente é este o quadro das adolescentes que deixam de sonhar com uma expectativa melhor de vida para enfrentar tão cedo a maturidade de ser mãe. Mas, o que faz muitas jovens a traçar este caminho tão precocemente?
As transformações físicas e psicológicas de um jovem não é algo fácil de enfrentar. As dúvidas, os desafios de uma nova idade, os namoros, as decepções são temas bastante conflituoso para uma idade também conflituosa.
É exatamente nesta etapa que os jovens precisam do diálogo e da credibilidade. Sendo assim, a família e a escola têm um grande papel nessa formação para promover a conscientização sobre os riscos- para a saúde e para a vida futura- de uma gestação fora de hora.
A falta de conhecimento do corpo e de informação levam muitos jovens a enfrentar uma responsabilidade muito cedo e consequentemente esquecer outras. A evasão escolar é um dos grandes problemas enfrentados na educação brasileira. Pesquisa do Departamento de Pediatria do Hospital Universitário de Brasílila indica que 63% das garotas que engravidam param de estudar e, delas, 60% abandonam de vez a escola ao tornar-se mães.
Estes são dados relevantes e preocupantes uma vez que estes jovens deixam de estudar e sonhar para enfrentar, muitas vezes, sub-empregos aumentando assim, o índice de pobreza.
Existe também uma questão cultural muito forte em grande parcela dos jovens de classe baixa em nossa sociedade: ser natural engravidar precocemente. Em conversas com jovens onde leciono, para muitos, a gravidez precoce em suas comunidades passa a ser um fator comum, quase corriqueiro diante de todos os problemas que este fato pode causar.
Por isto, a família com parceria com a escola pode sim, transformar esta realidade tão cruel para muitos jovens e permitir que os objetivos de melhores condições de vida não se apaguem nunca. Só assim, teremos jovens cada vez mais conscientes do seu papel enquanto ser social.
Silvaneide Mendonça dos Santos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sugestão de vídeo relacionado ao tema:

Documentário: "As Meninas"
Retrata a história de 5 adolescentes que, precocemente, engravidam e abandonam sonhos de melhores condições de vida. Criadas em grandes favelas do Rio de Janeiro, o documentário retrata desde a descoberta da gravidez até a hora do parto. Neste período de 9 meses, pudemos acompanhar todos os problemas ocasionados por estas gestações indesejadas. Neste documentário é exposto toda a situação psicológica das jovens e da família assim como toda dificuldade financeira em que passam.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Projeto reduz índice de gravidez na adolescência

Projeto reduz índice de gravidez na adolescência
Oficinas preparam meninos e meninas do Ensino Médio de escolas públicas do Estado para a prevenção com resultados significativos; índice foi reduzido em cerca de 40% em Alagoas

Luana Nunes e Maryland Wanderley
Neno Canuto

De acordo com a coordenadora do Projeto em Alagoas, Maria Helena Vilela, iniciativa atende adolescentes entre 14 e 19 anos
Quando o tema é sexo, muitas pessoas ficam encabuladas, envergonhadas e cheias de tabus só de pensar no assunto. Mas quando isso é orientado por professores na sala de aula de forma educativa, dinâmica e ilustrativa, os adolescentes ficam mais à vontade. A intenção de apresentar a sexualidade a alunos que têm entre 14 e 19 anos partiu da necessidade de reduzir o alto índice de gravidez na adolescência e, principalmente, na prevenção sexual de meninos e meninas do Ensino Médio de escolas públicas do Estado de Alagoas. Por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEE), o Projeto Vale Sonhar entrou nas salas de aula e reduziu em 40% o índice de mães e pais adolescentes.

A partir de experiência positiva realizada em escolas públicas de São Paulo, a Organização Não Governamental (ONG) Instituto Kaplan desenvolveu um método que permite aos adolescentes identificar o sonho de vida profissional e perceber o que aconteceria com o desejo de se tornar um bom médico, advogado, jornalista ou professor se houvesse uma gravidez durante sua adolescência. Chamado de Projeto Vale Sonhar, São Paulo foi o estado piloto e já pôde comprovar uma redução de 90% no índice de jovens que se tornaram pais e mães logo no primeiro ano de existência.

Em 2007, o Projeto Vale Sonhar passou a fazer parte do calendário escolar das escolas públicas do Estado de Alagoas. Antes de implantar, de fato, o Projeto nas salas de aula, a educadora sexual e coordenadora, Maria Helena Vilela, realizou uma enquete para saber quem esteve grávida, ou quem foi pai, nos últimos 12 meses. Após a conclusão da pesquisa, os educadores das 15 Coordenações Regionais de Ensino (CREs) e dos coordenadores pedagógicos/professores de 175 escolas foram capacitados como multiplicadores para preparar professores de suas respectivas escolas para atuar como agente de prevenção à gravidez.

Todos os profissionais foram capacitados pelo Instituto Kaplan para serem multiplicadores do Vale Sonhar com as turmas do 1º, 2º e 3º anos. A capacitação consiste em três etapas de oficinas interativas cujos temas são Despertar para o Sonho, a primeira; Nem toda Relação Sexual Engravida, segunda, e Engravidar é uma Escolha, última. Essas oficinas interativas proporcionam que, através de jogos educativos e dinâmicas, professores e alunos possam interagir, falando a mesma língua.
Jogos educativos contribuem para melhor entendimento dos jovens participantes

De acordo com Helena Vilela, logo no início de 2008, o projeto capacitou mais de 1 mil agentes multiplicadores e atendeu 28 mil alunos. “Quando nós criamos essa metodologia, queríamos que o efeito fosse em curto prazo, uma coisa rápida, e que tivesse uma grande eficácia para causar impacto naqueles jovens. Foi quando criamos a primeira oficina, com o objetivo de despertar sonhos profissionais nos adolescentes a fim de motivá-los à prevenção de gravidez”, destacou Maria Helena Vilela. Na segunda oficina, o Projeto mostra 10 tipos de práticas sexuais de risco ou não. Além disso, os alunos aprendem como funciona o corpo humano, através do aparelho reprodutivo masculino e feminino.

Já na última oficina do Projeto Vale Sonhar, os adolescentes conseguem entender melhor o impacto da gravidez em sua vida. A partir daí, fica mais fácil para eles compreender e praticar o uso dos métodos contraceptivos, bem como a correta utilização da camisinha masculina e do preservativo feminino interno. Desta experiência participaram 98% das escolas previstas e, aproximadamente, 10.624 mil alunos em 2009.

“A filosofia do Instituto Kaplan não é trabalhar em cima da abstinência e nem adiar a relação sexual. A gente não acredita nessa postura, pois nós não somos mais fortes do que a realidade que esses meninos e meninas vivem hoje. A gente dá um embasamento sobre o assunto para que, se eles resolverem transar, saibam como se prevenir para não engravidar e nem pegar uma Doença Sexualmente Transmissível ”, disse Maria Helena Vilela.

Adolescentes aprendem a se prevenir

“Aprendi a me prevenir da gravidez precoce com as atividades do Projeto Vale Sonhar. Antes, eu sabia pouco sobre o assunto porque meus pais tinham vergonha de falar sobre sexo. Na escola, participei de dinâmicas que mudaram minha visão com relação a isso. Tenho certeza que a gravidez precoce atrapalharia meus sonhos profissionais”, revelou Andressa Carolina Nascimento, 16, aluna da Escola Estadual Rosalvo Ribeiro. Ela foi uma das alunas que participou das três oficinas do Projeto, e a escola em que estuda concorrerá ao Prêmio Vale Sonhar Alagoas. O evento da premiação será no dia 13 de abril, às 9h, no Palácio República dos Palmares.
Adailson Calheiros

A estudante Andressa Nascimento participou das três oficinas promovidas na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro


Segundo a adolescente, as dinâmicas de grupo e as atividades educativas sobre a temática ajudaram na prevenção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e gravidez precoce. “Teve uma atividade que fiz com uma bexiga por dentro da blusa, simulando uma gravidez. Isso contribuiu para que eu pudesse me imaginar estudando com um filho na bariga, tendo prejuízos e atraso de vida se isto acontecesse de verdade. Aprendi a evitar uma situação desta”, disse.

A professora de língua portuguesa e inglês, Silvaneide Mendonça, afirmou que a escola Rosalvo Ribeiro implantou o projeto Vale Sonhar em 2008, com a participação de todas as turmas do Ensino Médio, totalizando 419 alunos. No ano passado, participaram apenas os do 1º ano do Ensino Médio — que estão na faixa etária de interesse do projeto.

De acordo com Helena Vilela, serão premiados com um notebook e um kit de jogos do Projeto Vale Sonhar os dois multiplicadores das CREs e as três escolas que cumpriram todas as etapas, ou seja, oficinas, enquetes e que tenham obtido resultado além do esperado.

“Cumprimos todos os prazos e preenchemos todos os requisitos exigidos. Estamos concorrendo ao primeiro ciclo de professores de Alagoas”, destacou Silvaneide. Antes da realização das oficinas, ela submeteu 139 alunos a uma enquete em que perguntava se os meninos já tinham engravidado alguém e se as meninas já tinham ficado grávidas. “Só um menino disse que havia engravidado uma moça e seis meninas admitiram já ter engravidado. Depois do projeto, não houve mais registro de gravidez na nossa escola”, reforçou, com entusismo, a professora Silvaneide Araújo.

Segundo ela, o projeto Vale Sonhar é uma proposta permamente que contribui para a mudança de mentalidade e cultura de que a mulher deve ser mãe jovem. Este conceito, afirma ela, muitas vezes é herdado das mães com histórico de gravidez na adolescência. “A falta de informação e a noção de que deve engravidar cedo é passada de mãe para filha e isso está mudando com as dinâmicas e trabalhos feito em classe”, disse Silvaneide, destacando que em sua escola participam também os professores de biologia e geografia.

Silvaneide disse que paralelo ao Vale Sonhar, a escola desenvolve o Projeto Ser Jovem, ou seja, discussões, jogos e atividades lúdicas com temáticas sobre drogas, violência, piercing e problemas envolvendo pais e filhos e namorados. Segundo a coordenadora do Projeto em Alagoas, Maria Helena Vilela, as ações do Vale Sonhar farão parte do planejamento de cada escola através da disciplina de Biologia. Além disso, passará a ser uma política da Secretaria de Estado da Educação (SEE) com as turmas do Ensino Médio.
Reportagem feita em abril de 2010