Mudanças físicas e psíquicas perpassam a construção da sexualidade na adolescência. Compreensão e diálogo são fundamentais durante esse processo
Ana Rita Martins (ana.martins@abril.com.br)
Estereótipos e expectativas na questão de gêneros
KARINA* Compro ou não?
Fui na farmácia pq queria comprar camisinha e demorei 10 minutos pra ter coragem de pegar. Sinto vergonha por ser menina, as pessoas me olharam mó eskisito. Parecia que eu era uma galinha. É mais fácil prum menino. Fico sem saber como agir.
QUESTÃO DE GÊNERO Os estereótipos sobre o que se espera de homens e mulheres confundem os jovens
Ilustrações: Daniella Domingues
Além do desafio de encarar as mudanças corporais e a avalanche de desejos e novas experiências, construir-se e posicionar-se sexualmente como homem e mulher é um desafio e tanto na adolescência. Principalmente porque a sexualidade não é constituída apenas de determinantes biológicos, mas por um complexo de marcas culturais, sociais e econômicas. O adolescente aprende com o meio o que é esperado dele na relação com o outro.
Como meninos e meninas estão formando a própria identidade, é essencial eles confrontarem as ideias que têm sobre o comportamento de homem e de mulher (o que inclui, em muitos casos, contestar até o modelo dos pais, geralmente considerado perfeito durante a infância). Freud escreveu que é essa nova significação de papéis, com a adoção de outros modelos de identificação fora da família, que consolida a sexualidade de cada um. Na vida real, isso pode provocar grande ansiedade, pois novas referências podem se chocar com os antigos e criar contradições difíceis. É a luta entre o que o adolescente quer ser (como homem e mulher), a autoridade que ele efetivamente dispõe para se tornar isso (já que ainda não é totalmente independente) e o que se espera que ele seja (na família ou na comunidade).
Daí a importância de a escola ensinar a questionar os estereótipos atribuídos ao comportamento sexual masculino e feminino. Por isso, de nada adianta apenas defender que é essencial usar camisinha - mas deixar que os alunos falem mal das meninas que andam com preservativos. Da mesma forma, não vale só mencionar a ejaculação precoce - e se esquecer de abordar a cobrança que pesa sobre os homens, que precisam "provar" sua virilidade. "Despejar informações sobre sexo seguro é pouco para conscientizar os jovens e garantir que terão uma vida sexual saudável. Pesquisas mostram que eles sabem que têm de usar camisinha, mas não a usam. Daí a necessidade de conversar, de fazê-los pensar", diz Mônica Maia, especialista em Educação Sexual.
Enfim, falar sobre sexualidade exige exercitar a tolerância, o acolhimento ao outro e o olhar para si mesmo. Como disse o educador Paulo Freire (1921-1997): "A sexualidade, enquanto possibilidade e caminho de alongamento de nós mesmos, de produção de vida e existência, de gozo e boniteza, exige busca de saber de nosso corpo. Não podemos viver autenticamente, no mundo e com o mundo, se nos fechamos medrosos e hipócritas aos mistérios de nosso corpo ou se os tratamos cínica e irresponsavelmente".
* Os destaques desta reportagem trazem depoimentos por um programa de troca de mensagens instantâneas pela internet de alunos do 9º ano da EMEF Victor Civita, em São Paulo. Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.
FONTE: www.novaescola.com.br
Desde 2008 venho desenvolvendo um projeto chamado "Vale Sonhar" - projeto desenvolvido pelo Instituto Kaplan e que foi inserido nas escolas estaduais. Este projeto, desde então, vem me despertando o gosto de trabalhar questões na área, já que muitas de nossos adolescentes deixam de sonhar com melhores expectativas de vida para enfrentar, precocemente, uma gravidez indesejada.
Sejam Bem-Vindos!!!!
Sejam bem-vindos ao meu blog!!! Ele deverá ser um espaço de discussões e de crescimento em relação a um tema tão discutido nas rodas de conversas dos jovens . Mas, por que será que estas questões de sexualidade ainda são tabus em grande parte das famílias brasileiras?
A questão acima é provocadora. Espero que todos vocês contribuam para conversas e discussões sobre o tema participando deste projeto juntamente comigo.
A questão acima é provocadora. Espero que todos vocês contribuam para conversas e discussões sobre o tema participando deste projeto juntamente comigo.
Quem sou eu
- Silvaneide Mendonça dos Santos
- Sou Silvaneide Mendonça dos Santos.Graduada em Serviço Social e Letras pela Universidade Federal de Alagoas e Pós graduada em Novas Tecnologias em Educação pela PUC-RIO. Professora há 5 anos na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro. Leciono as disciplinas: Língua Portuguesa, Inglês e Literatura com turmas do ensino médio.Atualmente,sou coordenadora pedagógica desta escola estadual. A sede de aprender é sempre constante em minha vida. Este blog é mais um aprendizado e que gostaria de compartilhar com todos vocês.
Seguidores
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário