Sejam Bem-Vindos!!!!

Sejam bem-vindos ao meu blog!!! Ele deverá ser um espaço de discussões e de crescimento em relação a um tema tão discutido nas rodas de conversas dos jovens . Mas, por que será que estas questões de sexualidade ainda são tabus em grande parte das famílias brasileiras?
A questão acima é provocadora. Espero que todos vocês contribuam para conversas e discussões sobre o tema participando deste projeto juntamente comigo.

Quem sou eu

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Sou Silvaneide Mendonça dos Santos.Graduada em Serviço Social e Letras pela Universidade Federal de Alagoas e Pós graduada em Novas Tecnologias em Educação pela PUC-RIO. Professora há 5 anos na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro. Leciono as disciplinas: Língua Portuguesa, Inglês e Literatura com turmas do ensino médio.Atualmente,sou coordenadora pedagógica desta escola estadual. A sede de aprender é sempre constante em minha vida. Este blog é mais um aprendizado e que gostaria de compartilhar com todos vocês.

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sábado, 14 de agosto de 2010

QUESTÃO ABERTA: Apenas vantagens está conectado à comunicação eletrônica?

Sabendo que muitos jovens, atualmente, mantém relacionamentos pela internet e que coloca em exposição a vida destes,
Uma recente pesquisa sobre o perfil do usuário brasileiro do Twitter mostrou que a maioria dos usuários, 61%, é composta por homens na faixa de 21 a 30 anos, solteiros, localizados nos estados São Paulo e Rio de Janeiro. Na maior parte, são pessoas com ensino superior completo e renda mensal entre 2 mil e 5 mil reais. É, portanto, um “Clube do Bolinha”, de classe social elevada. É difícil imaginar, entretanto, que os usuários do brasileiro campeão de seguidores no Twitter se enquadre nesse perfil: é Mano Menezes, técnico do Corinthians, um clube de massa.

Proponho uma reflexão sobre o comportamento em relação à comunicação eletrônica. É preciso estar sempre conectado, via computador ou celular? E participar de redes sociais, quais as vantagens e desvantagens – aqui vale lembrar o problema dos perfis falsos e da falta de privacidade?

Os usos sociais da internet : conexão insegura

PROPOSTA DE TRABALHO NA ESCOLA

Conteúdos
Tecnologia e sociedade, usos sociais de aparatos tecnológicos, cultura de massa e internet

Habilidades
Construir uma compreensão crítica e historicamente contextualizada das novas tecnologias de comunicação como a Internet e entender as determinações sociais e culturais que explicam os sentidos dados a tais ferramentas

Tempo estimado
Duas aulas

Lya Luft faz, em sua coluna da VEJA, sérias críticas ao que a ela considera os maus usos das novas formas de comunicação possibilitadas pela internet. Ainda assim, ela se mostra uma usuária frequente, como muitos de nós. Navegando online fazemos pesquisas, buscamos informação e travamos contatos com pessoas do mundo todo. Assim como para a escritora, usar o computador diariamente é parte da rotina de um grande número de brasileiros, comprovadamente um dos países que mais se conectam mundialmente. Mas as mudanças relacionadas ao novo meio de comunicação causam também profunda apreensão, ao abrirem fronteiras novas, que são exploradas por criminosos e todo tipo de pessoas sem escrúpulos. Nas aulas aqui sugeridas, discuta com a moçada as formas pelas quais a sociedade incorpora e lida com as possibilidades criadas por novidades tecnológicas.

Atividades
1ª aula - Converse com os jovens sobre a internet e tente descobrir como eles usam essa tecnologia. Quem tem blog na sala? Todos possuem perfil no Orkut? Se não possuem, quais os motivos? Alguns preferem manter sua privacidade, como relata Lya Luft? Ou, pelo contrário, não se pode mais escapar de marcar encontros e manter contato com os amigos pelo MSN? Quantos já usaram câmeras para conversar com parentes e amigos distantes?

Após ouvir os alunos, discuta as semelhanças e diferenças entre as diversas ferramentas que eles relatam usar. Que sites ou programas servem mais para paquera ou para assuntos profissionais? Quem tem acesso à internet, em casa ou numa lan house, usa para fazer pesquisas para a escola? Os meninos usam a rede de forma diferente das meninas? Alguém já foi vítima de golpes ou alvo de alguém espalhando mentiras online?

Mostre para a galera que as tecnologias são utilizadas de muitas formas diferentes e que essa diversidade é parte fundamental da forma como o ser humano interage com seu meio. Grupos distintos atribuem significados diversos a ferramentas novas e antigas e o surgimento de uma tecnologia possibilita a observação desse processo de forma única. O crescimento e a mudança dos usos e sentidos da internet, mesmo no curto espaço de tempo em que ela existe, demonstra a multiplicidade de formas possíveis de interagir com uma tecnologia e a maneira criativa pela qual as pessoas recriam sua utilidade, para fins nem sempre previstos pelos criadores. Esse tipo de análise, focada nos aspectos sociais das tecnologias, é um campo em franco crescimento no Brasil e no mundo, que ajuda a entender as formas pelas quais a cultura e as sociedades interagem com aparatos tecnológicos. Longe de serem apenas ferramentas inertes ou que impõem um determinado uso para as pessoas, as tecnologias são criativamente reinterpretadas pela sociedade.
Para seus alunos O Mapa da Conectividade

Fonte: ComScore
Com a ajuda de um mapa-múndi, mostre que os países asiáticos da costa do Pacífico, a Europa e os Estados Unidos estão muito a frente do resto do mundo em conexão com a internet. Segundo levantamento de 2008 da ComScore, instituição especializada em pesquisas sobre o uso da rede, existem 308,8 milhões de internautas asiáticos, 232,8 milhões de europeus e 183,8 milhões de norte-americanos. O Brasil possui 59 milhões, a maioria nos grandes centros urbanos do sudeste e do sul do país. São quase 800 milhões de pessoas conectadas, criando e recriando usos para a rede.
2ª aula - Nessa segunda parte, aprofunde os temas levantados na primeira aula, oferecendo um pouco mais de contexto histórico para pensar as tecnologias de informação. Comente com a classe, por exemplo, que algumas ferramentas anteriores à internet passaram por processos de adaptação e mudança semelhantes, como o telefone.
Thomas Alva Edison elaborou os princípios de gravação e reprodução do som em 1877. Tanto ele quanto Alexander Graham Bell dividem a fama de terem inventado o telefone, uma outra tecnologia atualmente muito difundida. Quando surgiram, essa máquina de reprodução e gravação de sons não conseguiu empolgar seus contemporâneos. Era muito difícil, há mais de 100 anos, prever a revolução causada pela telefonia, tanto nos negócios quanto na nossa vida pessoal. Quem consegue imaginar um mundo no qual só se consegue ouvir a voz dos amigos e parentes pessoalmente? Leve os alunos a pensar que nossos celulares permitem esse contato a qualquer tempo e lugar. E o que dizer dos tocadores de MP3? A ideia de escutar em qualquer lugar música baixada da internet nunca esteve presente nos planos daqueles que inventaram tais tecnologias, mas usos como esses que definem, hoje, as nossas relações com elas – com imenso prejuízo para a indústria fonográfica, por exemplo.
Uma tecnologia desenhada para gravar e reproduzir som desenvolveu-se em grande escala apenas quando começou a ser utilizada para fins aparentemente banais: bater papo e escutar músicas. Da mesma forma, a internet só tornou-se a força desestabilizadora que é hoje quando começou a ser adaptada para usos do cotidiano. Desenhada para fins militares pelos EUA, ela parte de um princípio de transmissão descentralizada de informação. A rede foi concebida para permitir a comunicação no caso de um holocausto nuclear: mesmo com uma parte do sistema destruída ele, como um todo, permanece funcionando, pois a informação consegue ser transmitida por rotas alternativas. Detalhes técnicos à parte, a internet foi rapidamente adotada por centros de pesquisa e universidades, para, por fim (no final dos anos 1980), ser liberada para o mercado consumidor.
Muitos de nós vivemos uma época, muito recente, na qual não havia internet, email, Youtube, Orkut ou MSN. Colocar fotos da nossa vida particular para qualquer um do planeta ver, escrever diários online ou ter acesso instantâneo via mensagens era inconcebível. Mesmo assim, uma grande parte ganhou tanta familiaridade com essas ferramentas que já não consegue se imaginar sem acesso a elas. Ainda hoje, novas formas de uso de tecnologias ligadas à internet continuam a ser desenvolvidas, com possibilidades e usos imprevisíveis. Alguns filósofos, como Pierre Lévy, pensam que a conexão do planeta via web levará a uma forma original de inteligência mundial, aumentando as nossas capacidades cognitivas por meio de redes virtuais. Se isso vai ocorrer ou não, o fato é que já vivemos num mundo transformado, e a exploração das novas fronteiras tecnológicas permanece um projeto aberto.
Conclua encomendando um texto dissertativo onde os estudantes avaliem o impacto da internet em suas vidas, comentem o uso que fazem dela e projetem perspectivas pessoais – como, por exemplo, a importância da rede na profissão que pretendem seguir.
Fonte: www.novaescola.com.br

COMO TRABALHAR COMPORTAMENTOS UTILIZANDO AS MÍDIAS

Edição 189 | Janeiro/Fevereiro 2006
Liguem a TV: vamos estudar!
Novelas, seriados, desenhos animados, noticiários... Qualquer programa de televisão pode ser usado na sala de aula para introduzir ou aprofundar conteúdos e para discutir valores e comportamento
Paola Gentile (pagentile@abril.com.br)

A professora Simone e os alunos da 4ª série da escola Egon Schaden, em Francisco Morato (SP): no final do projeto sobre trabalho infantil, a garotada interpreta apresentadores de telejornal e de comerciais, repórteres e cinegrafistas e aprende como a televisão é feita. Foto: Ricardo Benichio
Ela usa ação, imagens e sons especialmente selecionados para prender a atenção da garotada. Ajuda na formação de memórias de longa duração. É capaz de desenvolver a imaginação dos jovens, e as histórias que ela conta são tema de conversas e debates acalorados entre eles. E tem mais: os alunos certamente permanecem de olhos grudados nela em tempo igual ou superior ao que ficam na escola. Dá para desprezar uma ferramenta pedagógica com essas características?

Estamos falando da televisão, esse meio de comunicação tão importante quanto controverso, que já despertou o amor e o ódio de muitos educadores, psicólogos e sociólogos. Alguns dizem que a TV aliena e emburrece. Outros a acusam de promover a violência e o consumismo. A programação que é veiculada nas dezenas de canais abertos ou por assinatura segue, sim, a lógica do entretenimento e do mercado: permanecem mais tempo em cartaz novelas, seriados, telejornais e outros gêneros que têm audiência, e, portanto, patrocinadores. Mas sua influência é inegável. Há dois anos, um estudo do Ateliê Aurora, programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Santa Catarina, constatou que assistir televisão era a atividade mais marcante da rotina das crianças de todos os contextos sociais. Foram entrevistados alunos de Florianópolis de uma escola particular de elite e de escolas públicas localizadas em favela, no centro da cidade e em vila de pescadores. "A TV não é perfeita e o sistema educativo não vai mudá-la. Então, a escola deve usar esse recurso em benefício próprio", afirma Ismar de Oliveira, coordenador do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).

Com a profusão de canais abertos e por assinatura, a televisão oferece programas para todas as faixas etárias. Noticiários, novelas, minisséries, seriados, talk shows, documentários, programas de auditório, desenhos animados, filmes, clipes... Eles podem ser usados para introduzir conteúdos, aprofundá-los ou ilustrá-los ou para debates sobre comportamento e ética. Selecione os que se encaixam em seus objetivos e fique de olho para perceber onde está o interesse da garotada.
Não é nada fácil para os adultos que cresceram ouvindo críticas a esse meio de comunicação tratá-lo bem. Segundo Maria Thereza Fraga Rocco, professora da Faculdade de Educação da USP, há uma tendência por parte de pais e professores em olhar a telinha como o demônio responsável pelo (mau) comportamento das crianças: "Se ela fosse tão influente na atitude das pessoas, bastaria termos uma TV perfeita para vivermos na sociedade dos sonhos". Existem os programas violentos, os que veiculam valores distantes do que os educadores querem passar aos alunos e os que tratam a realidade de maneira simplista ou equivocada. Mas inclusive esses podem render bons frutos: "Tudo o que passa na televisão é educativo. Basta o professor fazer a intervenção certa e propiciar momentos de debate e reflexão", garante José Manuel Moran, professor das Faculdades Sumaré, em São Paulo, e pesquisador na área de tecnologias aplicadas à educação.

Portanto, abandone o discurso que rotula a telinha como a raiz de todos os males e procure assisti-la com outros olhos. Foi o que fez o coordenador pedagógico do Colégio Pentágono, em São Paulo. Carlos Nascimento Júnior precisava encontrar um assunto de interesse dos alunos de 5ª e 6ª séries para ser tema do jornal do colégio no ano passado: "Sempre achei a programação da televisão ruim e fútil e me recusava a perder o pouco tempo livre na frente dela. Mas percebi como esse meio de comunicação é importante na vida das crianças e resolvi dar mais atenção a ele".

Carlos notou a influência dos desenhos animados na fala e nas atitudes dos garotos e não teve dúvidas. Os jovens de 5ª e 6ª séries levantaram os desenhos preferidos pelos colegas da 4ª série, assistiram aos vídeos, discutiram a maneira como os personagens se relacionavam muitas vezes com brigas e violência e conceitos de justiça e amizade. Cada um escreveu um artigo para a publicação baseado nesses debates. Em um dos episódios, um erro científico: duas naves explodem no espaço produzindo barulho e fogo. "Como pode haver som no espaço se ele não se propaga no vácuo? (...) O fogo precisa de oxigênio para queimar, e no espaço não tem oxigênio", questionou Isabela Tavares em seu texto.

O melhor ela faz por você: prender a atenção

No ano passado, pesquisa do Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes (Midiativa), em São Paulo, constatou que a televisão começa a ter fortes concorrentes ao disputar a preciosa atenção de crianças e adolescentes. Internet e celular estão entrando com tudo como opção de lazer e divertimento, mas em camadas pequenas da população. Os jovens ainda gastam em média de quatro a cinco horas por dia na frente de um aparelho de televisão.

Elvira Souza Lima, pesquisadora na área de neurociências aplicada à mídia, de São Paulo, explica que a linguagem que a TV usa imagens em movimento, coloridas, trabalhadas com cortes e fusões e envolvidas em trilhas sonoras especialmente escolhidas mobiliza o sistema límbico, estrutura do cérebro responsável pelas emoções, o que leva a um estado de atenção concentrada. Alguns programas ainda desafiam a imaginação ao propor questões e não dar as respostas imediatamente. "A novela e as minisséries fazem isso muito bem, terminando os capítulos com suspense", exemplifica Elvira.

Olhar crítico vem com debates

Com tantos recursos usados para emocionar e prender a atenção, será que a TV não pode se tornar mesmo um instrumento de manipulação de mentes? Sim, pode. Por isso, levar a televisão para a sala de aula implica também ensinar os alunos a vê-la com olhar crítico. Para Gilka Girardello, coordenadora do Ateliê Aurora, o fundamental é fazê-los entender que a televisão não é uma "janela para o mundo" como gostam de caracterizar os mais entusiasmados: "Ela é um recorte muito bem produzido e montado da realidade e não a realidade".

Estimular os alunos a opinar sobre os programas e chamar a atenção deles para os cortes das cenas e o uso da trilha sonora ajuda a criança a perceber as diversas possibilidades do meio. José Manuel Moran afirma que, quando os alunos produzem programas, captando imagens e selecionando cenas, fica mais fácil perceber as intenções de quem faz televisão. Mas, para tanto, a escola precisaria ter equipamentos. Se isso não for viável, um caminho é comparar os programas com outros produtos culturais: uma novela com o livro que a originou; o telejornal com o jornal impresso; o desenho animado com gibis.

Ao adotar a televisão como recurso pedagógico, convém avisar os pais eles podem ter preconceitos e achar que a escola está enrolando ao colocar a turma na frente do aparelho "em vez de" dar aula. Durante a conversa, Gilka Girardello aconselha o professor a enfatizar que os programas selecionados têm ligação com o conteúdo estudado. Algumas dinâmicas podem ser usadas, como a discussão sobre os valores morais e éticos que uma telenovela está veiculando e a análise de telejornais.
Retirado de: www.novaescola.com.br

Sites relacionados ao tema

Grupo de Pesquisa e Trabalho em Orientação Sexual - www.gtpos.org.br
Instituto Kaplan - www.kaplan.org.br
Reprolatina - www.reprolatina.org.br
www.novaescola.org.br

Em que um gravidez precoce contribui para a evasão escolar e para o aumento da pobreza no Brasil?

Segundo dados do IBGE,UNESCO 20% dos bebês nascidos em 2006 foram filhos de mães adolescentes e 25% das jovens de 15 a 17 anos que largaram a escola o fizeram por causa da gravidez.
Infelizmente é este o quadro das adolescentes que deixam de sonhar com uma expectativa melhor de vida para enfrentar tão cedo a maturidade de ser mãe. Mas, o que faz muitas jovens a traçar este caminho tão precocemente?
As transformações físicas e psicológicas de um jovem não é algo fácil de enfrentar. As dúvidas, os desafios de uma nova idade, os namoros, as decepções são temas bastante conflituoso para uma idade também conflituosa.
É exatamente nesta etapa que os jovens precisam do diálogo e da credibilidade. Sendo assim, a família e a escola têm um grande papel nessa formação para promover a conscientização sobre os riscos- para a saúde e para a vida futura- de uma gestação fora de hora.
A falta de conhecimento do corpo e de informação levam muitos jovens a enfrentar uma responsabilidade muito cedo e consequentemente esquecer outras. A evasão escolar é um dos grandes problemas enfrentados na educação brasileira. Pesquisa do Departamento de Pediatria do Hospital Universitário de Brasílila indica que 63% das garotas que engravidam param de estudar e, delas, 60% abandonam de vez a escola ao tornar-se mães.
Estes são dados relevantes e preocupantes uma vez que estes jovens deixam de estudar e sonhar para enfrentar, muitas vezes, sub-empregos aumentando assim, o índice de pobreza.
Existe também uma questão cultural muito forte em grande parcela dos jovens de classe baixa em nossa sociedade: ser natural engravidar precocemente. Em conversas com jovens onde leciono, para muitos, a gravidez precoce em suas comunidades passa a ser um fator comum, quase corriqueiro diante de todos os problemas que este fato pode causar.
Por isto, a família com parceria com a escola pode sim, transformar esta realidade tão cruel para muitos jovens e permitir que os objetivos de melhores condições de vida não se apaguem nunca. Só assim, teremos jovens cada vez mais conscientes do seu papel enquanto ser social.
Silvaneide Mendonça dos Santos

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sugestão de vídeo relacionado ao tema:

Documentário: "As Meninas"
Retrata a história de 5 adolescentes que, precocemente, engravidam e abandonam sonhos de melhores condições de vida. Criadas em grandes favelas do Rio de Janeiro, o documentário retrata desde a descoberta da gravidez até a hora do parto. Neste período de 9 meses, pudemos acompanhar todos os problemas ocasionados por estas gestações indesejadas. Neste documentário é exposto toda a situação psicológica das jovens e da família assim como toda dificuldade financeira em que passam.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Projeto reduz índice de gravidez na adolescência

Projeto reduz índice de gravidez na adolescência
Oficinas preparam meninos e meninas do Ensino Médio de escolas públicas do Estado para a prevenção com resultados significativos; índice foi reduzido em cerca de 40% em Alagoas

Luana Nunes e Maryland Wanderley
Neno Canuto

De acordo com a coordenadora do Projeto em Alagoas, Maria Helena Vilela, iniciativa atende adolescentes entre 14 e 19 anos
Quando o tema é sexo, muitas pessoas ficam encabuladas, envergonhadas e cheias de tabus só de pensar no assunto. Mas quando isso é orientado por professores na sala de aula de forma educativa, dinâmica e ilustrativa, os adolescentes ficam mais à vontade. A intenção de apresentar a sexualidade a alunos que têm entre 14 e 19 anos partiu da necessidade de reduzir o alto índice de gravidez na adolescência e, principalmente, na prevenção sexual de meninos e meninas do Ensino Médio de escolas públicas do Estado de Alagoas. Por meio da Secretaria de Estado da Educação (SEE), o Projeto Vale Sonhar entrou nas salas de aula e reduziu em 40% o índice de mães e pais adolescentes.

A partir de experiência positiva realizada em escolas públicas de São Paulo, a Organização Não Governamental (ONG) Instituto Kaplan desenvolveu um método que permite aos adolescentes identificar o sonho de vida profissional e perceber o que aconteceria com o desejo de se tornar um bom médico, advogado, jornalista ou professor se houvesse uma gravidez durante sua adolescência. Chamado de Projeto Vale Sonhar, São Paulo foi o estado piloto e já pôde comprovar uma redução de 90% no índice de jovens que se tornaram pais e mães logo no primeiro ano de existência.

Em 2007, o Projeto Vale Sonhar passou a fazer parte do calendário escolar das escolas públicas do Estado de Alagoas. Antes de implantar, de fato, o Projeto nas salas de aula, a educadora sexual e coordenadora, Maria Helena Vilela, realizou uma enquete para saber quem esteve grávida, ou quem foi pai, nos últimos 12 meses. Após a conclusão da pesquisa, os educadores das 15 Coordenações Regionais de Ensino (CREs) e dos coordenadores pedagógicos/professores de 175 escolas foram capacitados como multiplicadores para preparar professores de suas respectivas escolas para atuar como agente de prevenção à gravidez.

Todos os profissionais foram capacitados pelo Instituto Kaplan para serem multiplicadores do Vale Sonhar com as turmas do 1º, 2º e 3º anos. A capacitação consiste em três etapas de oficinas interativas cujos temas são Despertar para o Sonho, a primeira; Nem toda Relação Sexual Engravida, segunda, e Engravidar é uma Escolha, última. Essas oficinas interativas proporcionam que, através de jogos educativos e dinâmicas, professores e alunos possam interagir, falando a mesma língua.
Jogos educativos contribuem para melhor entendimento dos jovens participantes

De acordo com Helena Vilela, logo no início de 2008, o projeto capacitou mais de 1 mil agentes multiplicadores e atendeu 28 mil alunos. “Quando nós criamos essa metodologia, queríamos que o efeito fosse em curto prazo, uma coisa rápida, e que tivesse uma grande eficácia para causar impacto naqueles jovens. Foi quando criamos a primeira oficina, com o objetivo de despertar sonhos profissionais nos adolescentes a fim de motivá-los à prevenção de gravidez”, destacou Maria Helena Vilela. Na segunda oficina, o Projeto mostra 10 tipos de práticas sexuais de risco ou não. Além disso, os alunos aprendem como funciona o corpo humano, através do aparelho reprodutivo masculino e feminino.

Já na última oficina do Projeto Vale Sonhar, os adolescentes conseguem entender melhor o impacto da gravidez em sua vida. A partir daí, fica mais fácil para eles compreender e praticar o uso dos métodos contraceptivos, bem como a correta utilização da camisinha masculina e do preservativo feminino interno. Desta experiência participaram 98% das escolas previstas e, aproximadamente, 10.624 mil alunos em 2009.

“A filosofia do Instituto Kaplan não é trabalhar em cima da abstinência e nem adiar a relação sexual. A gente não acredita nessa postura, pois nós não somos mais fortes do que a realidade que esses meninos e meninas vivem hoje. A gente dá um embasamento sobre o assunto para que, se eles resolverem transar, saibam como se prevenir para não engravidar e nem pegar uma Doença Sexualmente Transmissível ”, disse Maria Helena Vilela.

Adolescentes aprendem a se prevenir

“Aprendi a me prevenir da gravidez precoce com as atividades do Projeto Vale Sonhar. Antes, eu sabia pouco sobre o assunto porque meus pais tinham vergonha de falar sobre sexo. Na escola, participei de dinâmicas que mudaram minha visão com relação a isso. Tenho certeza que a gravidez precoce atrapalharia meus sonhos profissionais”, revelou Andressa Carolina Nascimento, 16, aluna da Escola Estadual Rosalvo Ribeiro. Ela foi uma das alunas que participou das três oficinas do Projeto, e a escola em que estuda concorrerá ao Prêmio Vale Sonhar Alagoas. O evento da premiação será no dia 13 de abril, às 9h, no Palácio República dos Palmares.
Adailson Calheiros

A estudante Andressa Nascimento participou das três oficinas promovidas na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro


Segundo a adolescente, as dinâmicas de grupo e as atividades educativas sobre a temática ajudaram na prevenção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e gravidez precoce. “Teve uma atividade que fiz com uma bexiga por dentro da blusa, simulando uma gravidez. Isso contribuiu para que eu pudesse me imaginar estudando com um filho na bariga, tendo prejuízos e atraso de vida se isto acontecesse de verdade. Aprendi a evitar uma situação desta”, disse.

A professora de língua portuguesa e inglês, Silvaneide Mendonça, afirmou que a escola Rosalvo Ribeiro implantou o projeto Vale Sonhar em 2008, com a participação de todas as turmas do Ensino Médio, totalizando 419 alunos. No ano passado, participaram apenas os do 1º ano do Ensino Médio — que estão na faixa etária de interesse do projeto.

De acordo com Helena Vilela, serão premiados com um notebook e um kit de jogos do Projeto Vale Sonhar os dois multiplicadores das CREs e as três escolas que cumpriram todas as etapas, ou seja, oficinas, enquetes e que tenham obtido resultado além do esperado.

“Cumprimos todos os prazos e preenchemos todos os requisitos exigidos. Estamos concorrendo ao primeiro ciclo de professores de Alagoas”, destacou Silvaneide. Antes da realização das oficinas, ela submeteu 139 alunos a uma enquete em que perguntava se os meninos já tinham engravidado alguém e se as meninas já tinham ficado grávidas. “Só um menino disse que havia engravidado uma moça e seis meninas admitiram já ter engravidado. Depois do projeto, não houve mais registro de gravidez na nossa escola”, reforçou, com entusismo, a professora Silvaneide Araújo.

Segundo ela, o projeto Vale Sonhar é uma proposta permamente que contribui para a mudança de mentalidade e cultura de que a mulher deve ser mãe jovem. Este conceito, afirma ela, muitas vezes é herdado das mães com histórico de gravidez na adolescência. “A falta de informação e a noção de que deve engravidar cedo é passada de mãe para filha e isso está mudando com as dinâmicas e trabalhos feito em classe”, disse Silvaneide, destacando que em sua escola participam também os professores de biologia e geografia.

Silvaneide disse que paralelo ao Vale Sonhar, a escola desenvolve o Projeto Ser Jovem, ou seja, discussões, jogos e atividades lúdicas com temáticas sobre drogas, violência, piercing e problemas envolvendo pais e filhos e namorados. Segundo a coordenadora do Projeto em Alagoas, Maria Helena Vilela, as ações do Vale Sonhar farão parte do planejamento de cada escola através da disciplina de Biologia. Além disso, passará a ser uma política da Secretaria de Estado da Educação (SEE) com as turmas do Ensino Médio.
Reportagem feita em abril de 2010