Sejam Bem-Vindos!!!!

Sejam bem-vindos ao meu blog!!! Ele deverá ser um espaço de discussões e de crescimento em relação a um tema tão discutido nas rodas de conversas dos jovens . Mas, por que será que estas questões de sexualidade ainda são tabus em grande parte das famílias brasileiras?
A questão acima é provocadora. Espero que todos vocês contribuam para conversas e discussões sobre o tema participando deste projeto juntamente comigo.

Quem sou eu

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Sou Silvaneide Mendonça dos Santos.Graduada em Serviço Social e Letras pela Universidade Federal de Alagoas e Pós graduada em Novas Tecnologias em Educação pela PUC-RIO. Professora há 5 anos na Escola Estadual Rosalvo Ribeiro. Leciono as disciplinas: Língua Portuguesa, Inglês e Literatura com turmas do ensino médio.Atualmente,sou coordenadora pedagógica desta escola estadual. A sede de aprender é sempre constante em minha vida. Este blog é mais um aprendizado e que gostaria de compartilhar com todos vocês.

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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

PRODUZINDO SOBRE O ASSUNTO

Em 19 de agosto começou o Projeto Vale Sonhar no 1º ano "A" e nós sonhamos. Naquela uma hora esqueçemos que era uma aula e pensamos nos nossos futuros incertos.
Começou com a professora Silvaneide perguntando:
_ Algum de vocês engravidou ou engravidou alguém nos últimos 9 meses?
Risos geral. Todos dizeram que não. Mas, alguém disse:
_ Nove meses? Deixa eu ver... E contava no dedo...
_ Não...é não engravidei ninguém - risos geral novamente- Adiante tínhamos que escrever o que queremos ser no futuro. Muitos pararam para pensar (geralmente temos medo de pensar no futuro porque é uma coisa que não temos controle e nem ideia do que vai acontecer) outros foram sinceros (vamos dizer assim) e dizeram que não sabia o que queria ser.
Puxamos um papelzinho que era uma ilustração de um teste de gravidez.Uns davam positivos outros negativos. Quem pegasse o positivo teria que encher uma bexiga e colocar dentro da blusa. Foi motivo de riso geral...
Fechamos os olhos.Tá bom...eu não fechei, mas a maioria fechou enquanto a professora fazia uma viagem no futuro ocm o poder das palavras.
Acabada nossa viagem no futuro, alguns falaram sobre a experiência vivida. A primeira foi Mizia que disse que no começo viu muitas festas com os amigos depois ao longo dos anos foi trocando as roupas de festas por sociais de trabalho e mais adiante casada e grávida.
Outro depoimento foi o grávido Diogo. Ele era mais preocupado em ter o seu próprio negócio pra poder ser feliz com sua família.
Outra sonhadora foi a Jéssica. Essa queria ter também seu próprio negócio, ser independente. Agora não fiquem chocados, mas ela viu no seu futuro seis filhos. É isso mesmo!!! seis filhos!!! Uma casa bem grande, não sei quantas empregadas. Mas, o mais interessante foi o que aconteceu depois que ela acabou de falar, alguém da parte do fundo da sala ( a parte de trás já sabe como é,né...) falou com ironia:
_Você sonha alto né?
E Jéssica falou:
_ Claro meu bem!!! sim, é verdade!!!! Temos que sonhar alto pra sermos alto na vida.
Outros mais falaram de seu sonhos e assim foi acabando a primeira parte do projeto na turma. Fomos na brincadeira falando de coisas serias,coisas que talvez, não agora, mas vai chegar um dia como gravidez, casamento, emprego...o futuro chega em forma de presente e o presente se transforma em passado. Esperamos que nossos sonhos sejam lindos.
Alex Bezerra
Aluno do 1º ano "A" da Escola Estadual Rosalvo Ribeiro

ADOLESCENTES COM HORMÔNIOS À FLOR DA PELE.

Mudanças físicas e psíquicas perpassam a construção da sexualidade na adolescência. Compreensão e diálogo são fundamentais durante esse processo
Ana Rita Martins (ana.martins@abril.com.br)
Estereótipos e expectativas na questão de gêneros

KARINA* Compro ou não?
Fui na farmácia pq queria comprar camisinha e demorei 10 minutos pra ter coragem de pegar. Sinto vergonha por ser menina, as pessoas me olharam mó eskisito. Parecia que eu era uma galinha. É mais fácil prum menino. Fico sem saber como agir.

QUESTÃO DE GÊNERO Os estereótipos sobre o que se espera de homens e mulheres confundem os jovens
Ilustrações: Daniella Domingues
Além do desafio de encarar as mudanças corporais e a avalanche de desejos e novas experiências, construir-se e posicionar-se sexualmente como homem e mulher é um desafio e tanto na adolescência. Principalmente porque a sexualidade não é constituída apenas de determinantes biológicos, mas por um complexo de marcas culturais, sociais e econômicas. O adolescente aprende com o meio o que é esperado dele na relação com o outro.

Como meninos e meninas estão formando a própria identidade, é essencial eles confrontarem as ideias que têm sobre o comportamento de homem e de mulher (o que inclui, em muitos casos, contestar até o modelo dos pais, geralmente considerado perfeito durante a infância). Freud escreveu que é essa nova significação de papéis, com a adoção de outros modelos de identificação fora da família, que consolida a sexualidade de cada um. Na vida real, isso pode provocar grande ansiedade, pois novas referências podem se chocar com os antigos e criar contradições difíceis. É a luta entre o que o adolescente quer ser (como homem e mulher), a autoridade que ele efetivamente dispõe para se tornar isso (já que ainda não é totalmente independente) e o que se espera que ele seja (na família ou na comunidade).

Daí a importância de a escola ensinar a questionar os estereótipos atribuídos ao comportamento sexual masculino e feminino. Por isso, de nada adianta apenas defender que é essencial usar camisinha - mas deixar que os alunos falem mal das meninas que andam com preservativos. Da mesma forma, não vale só mencionar a ejaculação precoce - e se esquecer de abordar a cobrança que pesa sobre os homens, que precisam "provar" sua virilidade. "Despejar informações sobre sexo seguro é pouco para conscientizar os jovens e garantir que terão uma vida sexual saudável. Pesquisas mostram que eles sabem que têm de usar camisinha, mas não a usam. Daí a necessidade de conversar, de fazê-los pensar", diz Mônica Maia, especialista em Educação Sexual.

Enfim, falar sobre sexualidade exige exercitar a tolerância, o acolhimento ao outro e o olhar para si mesmo. Como disse o educador Paulo Freire (1921-1997): "A sexualidade, enquanto possibilidade e caminho de alongamento de nós mesmos, de produção de vida e existência, de gozo e boniteza, exige busca de saber de nosso corpo. Não podemos viver autenticamente, no mundo e com o mundo, se nos fechamos medrosos e hipócritas aos mistérios de nosso corpo ou se os tratamos cínica e irresponsavelmente".

* Os destaques desta reportagem trazem depoimentos por um programa de troca de mensagens instantâneas pela internet de alunos do 9º ano da EMEF Victor Civita, em São Paulo. Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados.

FONTE: www.novaescola.com.br

OFICINAS DE SEXUALIDADE

Mais uma etapa iniciada. A Escola Estadual Rosalvo Ribeiro iniciou esta semana as oficinas do Projeto Vale Sonhar. A Escola participa do projeto desde 2008 e tem contado com a participação dos alunos do ensino médio, professores e coordenação da escola.
Em 2008, participaram 419 alunos ,pois, as oficinas foram aplicadas para as três séries do ensino médio. Em 2009, as oficinas foram aplicadas apenas para os alunos dos primeiros anos já que as outras turmas já haviam participado no ano anterior. E este ano,o projeto continua com toda força.
Durante esta semana, aplicamos a primeira oficina para as duas turmas do diurno que tem como objetivo “ O despertar para um sonho de vida profissional”.
Antes de começar a dinâmica da bexiga, os alunos responderam a seguinte pergunta: Qual é o meu sonho de vida profissional? Na maioria das respostas os alunos enfatizaram a importância de ter uma formação profissional e realizar-se na profissão escolhida.
Alguns pensam da seguinte forma:
“Entrar no Exército Brasileiro e ter uma grande carreira lá dentro.” (1º “A”)
“Entrar na faculdade (UFAL) no curso de música e viver a minha vida ensinando, aprendendo, tocando, etc... ou seja, viver de música em todos os sentidos.” (1º “A”)
“Tenho tantos sonhos na vida que, ao longo de minha curta vida, alguns já não estar aqui, outros estão ativo esperando o momento para ser realizado. Talvez todos ainda estejam esperando para eu acordar para a vida.” (1º “A”)
“Para a minha vida profissional eu quero ter muito sucesso como médica (obstetra). Por isso, eu me esforço com tudo que eu faço. Estudo e dou o melhor de mim.” (1º “A”)
“ Quero me formar em comunicação e me tornar um ótimo jornalista.” (1º “B”)
“O meu sonho na vida profissional é ser jogador de futebol, apesar das dificuldades que vou ter mas é o meu principal sonho.” (1º “B”)
“Meu sonho é crescer dia após dia profissionalmente. Quero ser psicóloga e quero trabalhar com teatro e diretora de imagens.” (1º “B”)
“Meu sonho profissional é ter um bom emprego para no futuro ter algo na vida. Meu sonho é ser perita criminal.” (1º “B”)
“O meu sonho de vida profissional é ser um engenheiro elétrico. Eu já comecei a realizar meu sonho. Já fiz um curso profissionalizante na área da eletricidade e quero quando terminar o ensino médio fazer a faculdade de engenharia elétrica.” 1º “B”
Após ter respondido a esta pergunta, começamos a dinâmica da viagem ao futuro onde alguns alunos viajaram grávidas e grávidos e outros não.
Nesta viagem (pela imaginação) os alunos podem realizar os seus desejos de acordo com o que eles pensam em fazer ao longo dos anos. Alguns, sentiram dificuldades nesta viagem, pois já a fizeram com uma gestação precoce e outros não.
Os alunos puderam relatar suas experiências (da viagem) para todos da sala e expor todas as suas expectativas de vida para os próximos anos.
Após esta viagem pelo o imaginário de cada um, os alunos se dividiram em grupo e responderam a seguinte pergunta: Quais as conseqüências de uma gravidez precoce para os meninos e para as meninas.
Confiram as respostas:
- A pressão da família;
- Dificuldades financeiras em sustentar o filho;
- Abandona a escola;
- Não se diverti, não é mais uma pessoa livre;
- A estrutura psicológica que não tem para ouvir críticas e para se dedicar ao seu filho;
- Os meninos têm que parar de estudar para sustentar a família que ele está construindo;
- O pai da criança, muitas vezes, não quer assumir o filho;
- Falta de experiência para ser mãe e esposa;
- Dificuldades para arrumar um emprego por ser jovem demais;
- Ter que trabalhar e estudar ao mesmo tempo;
- A vida ativa do jovem acaba por conta da responsabilidade;
- Dificuldades em realizar seus sonhos profissionais.
Foi mais uma experiência gratificante !!!! Vamos para a próxima a 2ª oficina em breve.
Um grande abraço a todos,
Silvaneide Mendonça dos Santos